Quando a paciente acordou na sala de cirurgia, os médicos perceberam que ela não tinha sofrido “morte cerebral”, como inicialmente determinado
Em outubro de 2009, o Hospital de St Joseph, em Syracuse, EUA, atestou o falecimento de uma mulher e, com a permissão da família, uma equipe de médicos se preparava para a cirurgia de retirada de seus órgãos para a doação. Foi aí que, na mesa de operação, cercada de médicos e funcionários do hospital, a mulher abriu os olhos. Ela estava viva.
Colleen Burns havia tido uma overdose causada pela mistura de remédios Xanax, Benadryl e relaxantes musculares vários dias antes. A combinação de drogas fez com que Colleen entrasse em coma profundo, que foi interpretado pelos médicos do hospital como morte cerebral. A equipe do local notificou a família Burns e começou a se preparar para a remoção de seus órgãos, de acordo com documento obtido por jornais locais.
No entanto, houve alguns avisos de que Colleen não estava realmente morta antes de ela despertar na mesa de cirurgia: um dia antes da data prevista para a operação, uma enfermeira realizou um teste de reflexo no pé da paciente. Os dedos de Colleen se fecharam, como já relatamos antes em outro caso similar. Ela também parecia estar respirando por conta própria, sem a ajuda de aparelhos.
“Os mortos não mexem seus dedos”, disse Charles Wetli, patologista forense de fama nacional dos Estados Unidos. “E eles não lutam contra o respirador e querem respirar por conta própria”.
A enfermeira teria avisado os médicos, mas foi ignorada. O departamento de saúde do estado encontrou vários outros descuidos da equipe do hospital, incluindo a falta de exames cerebrais adequados, além de, claro, o pequeno problema de os médicos terem ignorado o relato da enfermeira de que Colleen não estava realmente morta.
“A equipe inteira ficou chocada”, contou a mãe de Colleen Burns, Lucille Kuss. “Foi uma grande surpresa para eles também”. Lucille ainda disse que os médicos não lhe deram nenhuma explicação de como um erro tão grande e primário pôde acontecer.
O hospital acabou sendo multado em 6 mil dólares (cerca de R$ 12 mil) pelo incidente e criticado por instituições médicas de todo o país por não levantar nenhum tipo de inquérito interno até depois que o Estado iniciou uma investigação oficial. O hospital também recebeu ordens para contratar um neurologista a fim de treinar seus funcionários para que a equipe inteira saiba como diagnosticar com precisão um caso de morte cerebral.
Infelizmente, Colleen Burns cometeu suicídio um ano e 4 meses após o incidente. “Ela estava tão deprimida que isso realmente não fez nenhuma diferença”, disse sua mãe. [Gawker] [Hypescience]
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