quarta-feira, 27 de março de 2013

Diga-me quem curtes e eu te direi quem és

Sim, cada vez que você clica sobre um botão "Curtir" da rede social está deixando um rastro de sua personalidade e suas preferências

Facebook é a maior mina de ouro para as companhias de marketing, já que de certa forma todas nossas interações dentro desta rede social podem ser vistas como um gigantesco e permanente focus group. A riqueza dos dados oferecidas gratuita e publicamente para o Facebook pode ser constatada por um recente estudo da Universidade de Cambridge no qual formaram perfis sociais, com uma grande precisão, só levando em conta as curtidas de um usuário.

Sim, cada vez que você clica sobre um botão "Curtir" da rede social está deixando um rastro de sua personalidade e suas preferências, segundo o estudo que considerou 58 mil usuários -não foi difícil encontrar um número similar de usuários cuja configuração de seus "Likes" fossem públicos, há dezenas de milhões- e conseguiu determinar características como sexo, tipo de personalidade, inclinação política, orientação sexual e muitas outras só tendo acesso a seu históricos de cliques no botão "Curtir".

Os pesquisadores puderam determinar com 88% de efetividade se um homem era gay ou homossexual apenas analisando os tipos de filmes e programas de TV que gostava. Neste caso foi mais útil saber que um gay gosta mais de "Britney Spears" ou "Desperate Housewives" do que de algum grupo abertamente de orientação gay, já que apenas 5% dos homens homossexuais se identificam com estes grupos de maneira pública; o restante continua trancado no armário.

O estudo permitiu distinguir a inclinação política em 85% dos casos e igualmente predizer se um usuário era cristão ou muçulmano com um grau de acerto de 82%. Também se era solteiro, casado ou viúvo com uma precisão um pouco menor, de 65%.. Ademais o estudo incluiu preditores que podem dizer que os pais de uma pessoa se divorciaram quando esta era jovem ou não.

Os autores da pesquisa convidam os usuários a revisar a informação que tornamos acessível publicamente no Facebook e demais redes sociais, já que esta pode revelar dados importantes para pessoas e companhias alheias.

Deste estudo e em geral a informação que fornecemos às grandes companhias da Internet, através de nosso histórico em redes sociais, compras no Mercado Livre ou DX, ou inclusive através de mecanismos mais sinistros como trackings através de cookies, resulta evidente que existe um custo tácito para utilizar os serviços gratuitos da Rede: estamos pagando com nossa informação. Assim também, cada vez mais seremos mais previsíveis em nossos comportamentos e nossas preferências, já que uma quantidade suficiente de informação é equivalente a conhecer o futuro: A "Big Data" e o olho que tudo vê são os oráculos de nossos tempos.

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