O axolotl, também conhecido como salamandra mexicana, tem 15 centímetros e está quase extinta em seu único habitat, os poluídos canais que passam pela Cidade do México.
Mas o animal e a sua curiosa aparência, quase sorridente, está se reproduzindo com facilidade em laboratórios. Ele tem a capacidade de regenerar membros amputados, pele, órgãos, parte do cérebro e até a medula. Outros animais têm a capacidade de regeneração, mas apenas a salamandra mexicana consegue recriar tantas partes do corpo, e tantas vezes durante sua vida. No laboratório em que é conduzido o estudo, um axolotl que teve a perna arrancada por outra salamandra começa a recriar sua perna, com dedos e tudo.
“Humanos reparam seus tecidos, mas não perfeitamente, enquanto o axolotl, quando machucado, entra em um processo em que repetem o processo de um embrião”, explica Elly Tanaka, do Centro de Terapias Regenerativas, em Dresden, Alemanha. Tanaka teve sucesso em um experimento que adicionou um gene que emite brilho em axolotls sem nenhum pigmento, para observar o processo de regeneração. O objetivo é comparar a regeneração com o processo de cicatrização humano.
Depois da amputação, os vasos sanguíneos das salamandras se contraem rapidamente e impedem o sangramento, e as células epiteliais cobrem o machucado com o que é chamado de blastema, um conjunto de células semelhantes às células-tronco, que dão origem à nova parte do corpo. O genoma do axolotl é dez vezes maior que o dos humanos, mas Tanaka e outros cientistas esperam encontrar lá a resposta ao porquê da salamandra regenerar um membro novo perfeitamente, e não apenas parte dele, por exemplo.
Humanos têm a capacidade de regenerar uma ponta de um dedo, se ela for cortada acima da articulação. Se o machucado for limpo e protegido apropriadamente, o dedo consegue recuperar sua forma e impressão digital sozinho. “Logo humanos poderão aproveitar essa incrível habilidade (de regeneração)”, escreveram os especialistas Ken Muneoka, Manjong Han e David Gardiner em um artigo sobre a regeneração. Eles acreditam que em uma ou duas décadas partes do corpo humano poderão ser recuperadas, de modo semelhante ao das salamandras. [MSNBC, Foto][Sergio de Souza]
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