quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Morro e não vejo tudo: uma mulher engravidou um homem e vão se casar

A história de Alexis Taborda, de 26 anos, e Karen Bruselario, de 28, é muito particular: ele nasceu mulher e ela, homem

Com o tempo descobriram que seu corpo habitava um gênero que não era o seu, ambos mudaram. Oriundos de Victoria, na província argentina de Entre Ríos, conheceram-se em maio do ano passado em um coletivo que ia rumo a capital para marchar em apoio à Lei de Identidade de Gênero em frente ao Congresso. Desde então não se separaram mais.

A partir disto o amor falou mais forte e decidiram ter um filho de forma natural já que ambos mantiveram seus genitais. Segundo conta um jornal local, a proposta de casamento veio quando Alexis já estava grávido de 5 meses. Aconteceu na praia da referida cidade de Vitória, onde atualmente vivem. Deste modo, Alexis será o primeiro trans argentino que dará a luz e, através do casamento, darão um documento legal e proteção a Gênesis, sua filha.

Em declarações à mídia, Alexis manifestou que ama a filha, mas que se sente um pouco esquisito:

- "É como se tivesse algo estranho no corpo". Já sobre o casamento, comentou: - "Nestes último dias Karen ocupou-se de todos os detalhes porque já estou de oito meses e não consigo fazer mais nada, estou empurrando a barriga", ri.

Desde o princípio, Alexis sabia que não queria passar pelo parto natural, assim programou uma cesárea para 22 de dezembro. A verdade é que, conquanto consumia hormônios masculinas, decidiu manter seus órgãos femininos, assim como Karen com os masculinos. Ela explica que isto tudo é "muito louco": 

- "Para nós também é muito estranho, porque eu jamais tinha sentido atração por alguém com órgãos femininos nem ele por alguém com órgãos masculinos".

Conquanto estejam felizes pelo que conseguiram, a situação econômica do casal não é nada boa. Acontece que ambos estão desempregados. No caso de Alexis, porque não pode trabalhar com a gravidez, e Karen, por falta de estudos, já que não terminou o primeiro grau, porque, segundo conta, era muito discriminada na escola por causa de sua condição sexual.

Eles esperam receber ajuda da Federação Argentina de LGBTs, mas até agora ninguém fez contato com eles. A festa do casamento será paga por familiares e também por amigos que fizeram uma "vaquinha" para ajudar no casório.

Devido à situação única que vivem Alexis e Karen, a mediatização do caso ajudou um pouco, por exemplo, lojas doaram o berço e o enxoval para a bebê. Ademais levantaram uma graninha aparecendo em programas de TV e a Nat Geo está fazendo um documentário sobre o casal. De qualquer forma, Karen tuitou ao papa Francisco pedindo a benção e que a ICAR permita que se casem também no religioso. [mdig]

Nenhum comentário:

Postar um comentário