É o que diz um novo estudo do Instituto Karolinska, em Estocolmo (Suécia) e da Universidade de Bergen (Noruega)
As mulheres que demoram para ter filhos podem entrar em uma “zona de risco” de problemas já nos seus trinta e poucos anos – muito antes do que se pensava anteriormente.
No pico de fertilidade (entre as idades de 17 e 25 anos), uma mulher sexualmente ativa tem 20% a 25% de chances de engravidar por mês. Aos 32 anos, a sua fertilidade começa a diminuir e, aos 40, cai pela metade. Nessa idade, ela também tem um maior risco de aborto espontâneo, complicações na gravidez, diabetes gestacional e defeitos de nascimento.
Vários fatores afetam esses números, mas, no geral, a diminuição natural da quantidade de óvulos conforme as mulheres envelhecem é a causa que mais contribui para o declínio da sua fertilidade.
Agora, a nova pesquisa afirma que o risco de problemas, como bebês prematuros e natimortos, aumenta em até 20% para as mulheres com somente 30 a 34 anos, em comparação com quem tem um filho em seus vinte e tantos anos.
Mães de primeira viagem normalmente são informadas de que estão em alto risco de complicações somente se tiverem mais de 35 anos. No entanto, Ulla Waldenström, que liderou o estudo, disse: “Para nossa surpresa, encontramos um aumento absoluto no risco de efeitos negativos sobre os resultados da gravidez na faixa etária de 30 a 34, independentes dos efeitos do tabagismo e excesso de peso, que, quando combinados, conduzem a um risco ainda maior”.
O novo dado é importante porque, na sociedade atual, com a introdução da pílula anticoncepcional e o aumento da educação e de oportunidades de carreira para as mulheres, mais e mais delas estão adiando ter filhos até depois dos trinta.
A equipe de Waldenström analisou dados de cerca de um milhão de mães na Suécia e na Noruega. Os cientistas compararam os resultados de gravidez em mães com mais de 30 anos e mães de 25 a 29 anos, todas do primeiro filho. Os resultados mostraram que, para as mulheres em seus trinta e poucos anos, havia um risco um quinto maior de dar à luz prematuramente – durante 22 a 31 semanas de gravidez – ou ter um natimorto.
Tabagismo e excesso de peso aumentaram os riscos de nascimento prematuro, morte fetal e mortalidade neonatal para o mesmo nível que o de mulheres com idades entre 35 a 39 anos.
“Para as mulheres, individualmente, o risco é pequeno, mas para a sociedade em geral, haverá um número significativo de complicações ‘desnecessárias’ para muitas mulheres que têm filhos logo após os 30. Biologicamente, o melhor momento [para ter um filho] é provavelmente entre os 20 e 30 anos”, explica Waldenström.
Segundo a pesquisadora, para mulheres que querem ter mais de um filho, a idade do primeiro é importante. Waldenström argumenta que o efeito fisiológico do envelhecimento do útero e da placenta provavelmente é a causa das taxas mais altas de complicações. [DailyMail] [Hypescience]
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