Fruta-pão, rambutão, mangostão e jabuticaba branca. Dificilmente estas frutas fazem parte da lista do supermercado, mas elas compõem o grupo gigantesco de frutas raras e exóticas do País
“Frutas exóticas são aquelas que não são originárias do Brasil, foram trazidas para cá, inicialmente pelos portugueses no século 16. Outras foram introduzidas aqui muito depois, até mesmo no século 20”, explicou o PHD em botânica Gil Felippe, autor do livro Frutas – Sabor à Primeira Dentada.
Árvores típicas da China, Malásia, Índia e outros países orientais já são cultivadas no Brasil por causa das frutas oferecidas. O Terra falou com o botânico Gil Felippe; com o fotógrafo e pesquisador da flora e frutas brasileiras há 30 anos, Silvestre Silva, autor de vários títulos sobre frutas exóticas; e com a nutricionista Roberta Silva. Clique nas abas acima e conheça mais de 30 frutas raras e exóticas do Brasil.
Pera do campo
A fruta é cultivada no cerrado brasileiro e hoje é rara por causa da devastação da vegetação. Segundo Silvestre Silva, fotógrafo e pesquisador das frutas no País, ela tem o mesmo tamanho e formato que a pera comum, porém, tem a casca aveludada. “Se você passa o dedo para cima e para baixo, ela muda de cor”, disse ele. Outra característica mencionada pelo estudioso é que a pera do campo é amarga como o limão. Foto: Silvestre Silva / Divulgação
Sapota do Solimões
Sapota do Solimões
De acordo com Silvestre, é uma fruta grande que chega a pesar 400g. “Por dentro ela é amarela, tem cheiro de floresta”, disse ele. A sapota dos Solimões é doce e as pessoas costumam abri-la e comer a massa da fruta com uma colher. Foto: Silvestre Silva / Divulgação
Jabuticaba branca
Jabuticaba branca
Segundo Silvestre, a fruta é verde e mesmo quando madura ela não escurece, como acontece com a jabuticaba comum. A fruta cultivada no Vale do Paraíba, Rio de Janeiro e em Minas Gerais tem o mesmo formato e tamanho da jabuticaba preta. Silvestre afirmou que as árvores de jabuticaba branca estão cada vez mais raras. Foto: Silvestre Silva / Divulgação
Physalis
Physalis
Segundo Silvestre, é uma fruta indígena, nascida na região da Amazônia brasileira, e conhecida popularmente como Camapu. Ela é amarela, pequena e delicada. O sabor da fruta é adocicado e um pouco cítrico. Alguns países da América do Sul produzem a fruta em grande escala e exportam, no Brasil a Physalis ainda é pouco conhecida. Foto: Edson Lopes Jr. / Terra
Romã
Romã
A fruta é originária do sudeste da Europa até a região do Himalaia, na Ásia, mas se espalhou por toda a região do Mediterrâneo na Antiguidade. Segundo o PHD em botânica, Gil Felippe, a Romã chegou ao Brasil pelos portugueses, já na época do povoamento. Vermelha por fora, ela tem uma série de divisões em seu interior, como pequenas sementes. “Em geral, os grãos da romã são ingeridos ao natural”, disse Gil Felippe. Foto: Edson Lopes Jr. / Terra
Lichia
De acordo com Gil Felippe, a lichia é originária do sul da china. Há uma forma que é cultivada nas montanhas, cujos frutos são pequenos e é usada como cavalo para enxertia. A outra forma, plantada em regiões chuvosas, produz as frutas comestíveis do comércio. As primeiras plantas foram trazidas para o Brasil em 1810 para o Jardim Botânico do Rio de Janeiro. A lichia tem gosto adocicado e é muito perfumada, segundo o botânico. Foto: Barraca do Juca / Divulgação
Rambutão
O Rambutão é cultivado na Tailândia, Indonésia, Filipinas, Suriname, Colômbia, Costa Rica e Cuba. Há pouco tempo, ela passou a integrar as prateleiras das lojas especializadas em frutas finas em São Paulo. A textura, o gosto e a forma de comer – mastigando ao redor da semente - se assemelham à lichia, segundo Gil Felippe. Foto: Edson Lopes Jr. / Terra
Sapoti
“É originária da América Central e sul do México”, disse o botânico Gil Felippe. Também chamada de sapota, nispero, sapodilla, beef-apple e chicle em outros países, a fruta só é comestível quando está bem madura e não tem mais látex. Segundo Gil Felippe, o gosto lembra o do caqui. “Para comer, as frutas devem estar escuras por fora e por dentro a polpa é comida com colher”, disse o botânico. Foto: Divulgação
Mangostão
A árvore é originária da Malásia e hoje é cultivada em todas as regiões tropicais do Brasil. Também chamada de mangosta, mangostim ou mangusta aqui no Brasil, na Inglaterra ela ficou conhecida como a fruta da rainha, por ser consumida pela raina Vitória (1837-1901). O gosto suave e o aroma adocicado caracterizam o núcleo branco da fruta. Segundo Gil Felippe, o consumo pode ser ao natural ou em doces e sucos. Foto: Edson Lopes Jr. / Terra
Fruta-pão
Originária da Malásia Central até a Melanésia, disse Gil Felippe. “A fruta-pão é botanicamente uma infrutescência: a fusão de inúmeros frutículos”, afirmou o botânico. Existem duas variedades de fruta-pão, com e sem sementes. As sementes são consumidas, fervidas ou torradas. A polpa do fruto da variedade sem sementes, de quase quatro quilos, é branca e farinácea nos frutos jovens, mas amarela, perfumada e adocicada nos frutos maduros. De acordo com Gil Felippe, a fruta-pão é usada como hortaliça, é comida frita, assada, cozida ou preparada como farinha. A polpa madura, pelo alto teor de amido, pode ser usada para o preparo de doces substituindo o amido-de-milho ou a farinha-de-trigo, acrescentou o especialista. Foto: Silvestre Silva / Divulgação
Pitaia
“É um cacto de hábito terrestre”, definiu Gil Felippe. A fruta é rica em vitamina A e C, a polpa é comida crua ou em calda, em saladas, sobremesas, sucos, xaropes e coquetéis. Até vinho é feito deste cacto, disse o botânico. A fruta fresca deve ser resfriada em geladeira e depois cortada em duas partes, para mostrar a polpa, que pode ser então fatiada ou removida com o auxílio de uma pequena colher. “Hoje está muito popular a caipirinha de pitaia, com limão, enfeitada com as sementes pequenas negras da fruta, na verdade um belo e colorido aperitivo”, comentou ele. Segundo Gil Felippe, as sementes são levemente laxantes e as flores comestíveis são colocadas em sopas. Foto: Edson Lopes Jr. / Terra
“É originária da Ásia Tropical, da Índia ou Indonésia. Alguns acreditam que venha das Molucas ou até mesmo das Américas, mas há séculos ela é cultivada na Malásia”, disse Gil Felippe. Quando cortada, a carambola lembra a forma de uma estrela. Ela foi introduzida no Brasil em 1817, em Pernambuco, segundo Gil Felippe. As flores são comestíveis e usadas em salada, a fruta verde é usada em picles e a madura é consumida ao natural, afirmou o botânico. “Até na rua frei Caneca, em São Paulo, tem pé de carambola, pelo clima e falta de trato ela produz uma fruta ou outra”, disse Silvestre Silva. Foto: Edson Lopes Jr. / Terra
É uma árvore originária do Japão e China. No Brasil, a fruta também é conhecida como ameixa-amarela, ameixa do Japão e ameixa do Canada, segundo Gil Felippe. No Estado de São Paulo, a nêspera-japonesa é bastante cultivada. As flores da árvore têm um óleo extraído para a produção de perfumes. Foto: Edson Lopes Jr. / Terra
Amora
Originária da China. São frutinhas na cor vermelha, algumas são tão escuras que chegam a ser quase pretas. O sabor é uma mistura amarga com doce. Segundo o botânico Gil Felippe, a amora foi muito apreciada pelos romanos. “Existem representações de amoreiras nas ruínas de Pompéia. A amora está ligada à mitologia que alia a cor dos frutos ao sangue de Píramo e Tisbe”, completou. Foto: Edson Lopes Jr. / Terra
Cajá
Originário da região tropical da América, a fruta tem a casca amarela e sua polpa é bastante ácida. Segundo a nutricionista Roberta Silva, o cajá pode ser consumido ao natural, em sorvetes, sucos, geleias e licores. Na Bahia e região nordeste em geral, o cajá é bastante consumido. Foto: Divulgação
Graviola
Tem casca verde-escura e espinhenta, polpa branca, sabor e aroma adocicados, descreveu a nutricionista Roberta Silva. Originária do Peru, a fruta é bastante usada para sucos, cremes, compotas, doces e sorvetes. Segundo o fotógrafo e pesquisador em frutas do País, Silvestre Silva, “a graviola é muito popular no nordeste. Pelo tamanho grande, é considerada a fruta da família”, disse ele. Foto: Edson Lopes Jr. / Terra
Tamarindo
Fruta de origem indiana, o tamarindo tem a polpa doce e ácida. Segundo a nutricionista Roberta Silva, ela pode ser consumida fresca, seca ou cristalizada. O tamarindo é muito usado para sucos e refrescos em geral. Segundo Silvestre Silva, a fruta tem predominância no nordeste, mas também pode ser encontrada em outras regiões do Brasil. Foto: Edson Lopes Jr. / Terra
Atemoia
Atemoia é o cruzamento da graviola com a pinha, disse a nutricionista Roberta Silva. Segundo ela, a fruta tem tamanho médio, casca verde e áspera. Já a polpa é macia e doce. “Deve ser consumida crua”, afirmou. Foto: Edson Lopes Jr. / Terra
Bacuri
A fruta é originária do norte da América do Sul, tem um sabor requintado, polpa muito carnuda, branca e cremosa, descreveu a nutricionista Roberta Silva. Já a casca, segundo ela é bastante grossa. “Bacuri tem sabor e cheiro agradáveis e é usada para sucos, doces, sorvetes e geleias”, disse ela. A fruta chega a pesar mais de um quilo, tem duas sementes grandes e a polpa, disse Silvestre Silva. “Muitíssimo usada no Pará. Até chope aromatizado com bacuri existe e filé ao molho de bacuri”, citou. Foto: Silvestre Silva / Divulgação
Cupuaçu
O cupuaçu não é exótico, já que nasceu na Amazônia brasileira. No entanto, ele não é encontrado em qualquer supermercado. A polpa do Cupuaçu, segundo Roberta, é carnuda e aromática. “É doce e azeda ao mesmo tempo”, disse ela. O cupuaçu é próprio para fazer doces, refrescos, sorvetes e comportas, de acordo com a nutricionista. Foto: Edson Lopes Jr. / Terra
Pitomba
A Pitomba também é uma fruta de origem nacional, presente da Amazônia e Mata Atlântica. “Ela é doce e azeda, rica em vitamina C”, disse Roberta. Típica no nordeste, a Pitanga marca presença das festas da região. Foto: Edson Lopes Jr. / Terra
Maná
Maná é uma fruta brasileira, que nasceu na Amazônia. Ela é rica em cálcio, fósforo e vitamina B3, segundo Roberta. Elas podem ser usadas em doces, geleias e sorvetes. “As frutas de tamanho menores são mais saborosas para sucos”, disse Roberta. Foto: Divulgação
Granadilha
O maracujá da Colômbia já é produzido no interior de São Paulo, de acordo com Silvestre Silva. A fruta é alaranjada, tem a casca lisa e por dentro se assemelha ao maracujá. No entanto, a polpa é branca e adocicada. Foto: Divulgação
Melão pele de sapo
A fruta é da África Central e já é cultivada no Brasil. Segundo Silvestre Silva, o melão mais popular no País é o amarelo de Mossoró, produzido no Rio Grande do Norte. Porém, o pele de sapo tem uma casca grossa verde, mesmo quando maduro. Foto: Edson Lopes Jr. / Terra
Jambo rosa
Originário da Índia, a fruta tem diversas cores, sendo a mais comum a vermelha. A polpa é branca e lembra a de uma maçã, com sabor suave e aroma floral. Foto: Barraca do Juca / Divulgação
Longan
De origem asiática, a Longan, também conhecida como “olho de dragão” tem o sabor adocicado e já é cultivada no Brasil. A fruta é parecida com a lichia, mas te tamanho menor. Foto: Edson Lopes Jr. / Terra
Mamei
O mamão do caribe é bem parecido com o consumido no Brasil por dentro. Ele tem uma semente grande e uma massa adocicada que pode ser comida com uma colher. O Mamei é laranja por dentro. Foto: Edson Lopes Jr. / Terra
Kino
Originária do continente africano, o kino é oval, tem uma cor alaranjada, espinhos tortos, grossos e pontiagudos na casca. O sabor mistura o ácido com doce. A polpa é gelatinosa. Foto: Edson Lopes Jr. / Terra
Noni
De origem da região de Fiji, a fruta é verde e aprece com uma fruta do conde. Ela é rica em antioxidantes e tem sabor um pouco amargo. Foto: Edson Lopes Jr. / Terra
Jaca
É uma árvore do sul da Índia, trazida ao País no século 18. Ela chegou primeira à Bahia, afirmou o botânico Gil Felippe. A fruta grande tem casca espinhosa e áspera. Por dentro, a jaca tem uma massa melosa. Foto: Edson Lopes Jr. / Terra
Chirimoya
A chirimoya nasceu nos Andes peruanos e nas montanhas do Equador. Ela tem a casca verde e áspera. Por dentro é branca, com sementes pretas. Quanto ao sabor, a chirimoya mistura um gosto ácido ao doce. Foto: Edson Lopes Jr. / Terra
saudades de algumas delas, mas a maioria nem conhecia :)
ResponderExcluirbrasileiro na Europa
gostei muito camarada, valeu - melhor, só as fotos em alta definição...
ResponderExcluirgostei muito camarada, valeu... - melhor, só as fotos em alta definição...
ResponderExcluirgostei muito camarada, valeu - melhor, só as fotos em alta definição...
ResponderExcluirFiquei encantada com esses delícias. Muitas delas já saboreei e recomendo.
ResponderExcluirPena que, no Brasil, os comerciantes não primam por traze-las todas para nosso deleite. Parabéns pelo trabalho de informação.