Post originalmente publicado em 2 de agosto de 2013
O tema em pauta é o “Dia da Consciência Negra”. Apesar de todos nós sermos contra a praga do racismo, a maneira de combatê-la divide a sociedade brasileira. O mais interessante é que, para a felicidade do nosso país, essa divisão não se dá entre “brancos” e “negros”. Um exemplo disso é que há “negros” a favor das cotas e “negros” contra as cotas; há “brancos” a favor das cotas e “brancos” contra as cotas.
Há quem ache que a desigualdade não está entre “negros” e “brancos” e sim entre pobres e ricos. Alguns acham necessárias as cotas porque a escola pública é de péssima qualidade e os “negros”, na sua maioria pobres, não têm condições de enfrentar um vestibular de igual para igual com quem estudou em escola particular.
Já citei aqui neste blog a frase “O Brasil não é um país pobre, é um país injusto”. (*) E a maior injustiça social deste país consiste em os ricos estudarem nas melhores universidades públicas, de graça, e os pobres estudarem em péssimas faculdades particulares, tendo de pagar por isso.
Voltemos ao tema. Nos Estados Unidos, não há um dia, mas um “Mês da Consciência Negra”. E lá, como aqui, não há unanimidade quanto à questão.
Mas Morgan Freeman é uma unanimidade. Um ator maravilhoso sempre com um show de interpretação. Filmes bons ou ruins sempre valem o ingresso se tiver a presença de Morgan Freeman, um dos maiores atores vivos. Quem não se lembra de sua atuação estupenda em “Um Sonho de Liberdade”? Ou “Conduzindo Miss Daisy”? Epa!, Estou fugindo do tema novamente.
Assistam ao vídeo para saber a opinião de Morgan Freeman sobre o “Dia da Consciência Negra”:
Sim, o tema é polêmico. Acredito que o fim da discriminação só acontecerá quando pudermos viver essa igualdade na essência, podendo identificar as pessoas pelo nome e não pela cor. Mas, até que cheguemos a tal ponto, acho importante passarmos por uma "discriminação positiva", ou seja, distinguir para sobrevalorizar até igualar. Não espere do poder social que isso aconteça sem que o poder público imponha. É uma utopia.
ResponderExcluirOlá Enivaldo. Muito bom ver você aqui no blog. Esteja certo de que é uma honra para nós. Gostaria de ver algum comentário seu sobre o artigo do Doutor Ives Gandra, postado aqui no blog com o título “Não sou negro, nem índio, nem homo... Como faço pra viver no Brasil?”. Abraços
ResponderExcluir"O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética... O que me preocupa é o silêncio dos bons." Você sabe quem disse essa frase? Não concordo com Morgan Freeman...já pensou se Malcom X,Mandela e Martin Luther King pensassem como Freeman? Eu fiquei indignada com esse vídeo. Usou sua popularidade para falar besteira. Não gostei.
ResponderExcluirQuerida Anônima, pena que você não colocou seu nome.
ResponderExcluirSeja bem-vinda ao nosso blog, e obrigada pelo seu comentário. Veja, não estou aqui para defender o Morgan Freeman, mas, assim como eu, tente entender o contexto e, principalmente, a época de sua fala. E, assim como você, eu também sou admiradora de Martin Luther King, mas no próximo ano, mais precisamente em agosto de 2013, vai fazer 50 anos o seu mais famoso discurso: “Eu tenho um sonho...” Muita coisa mudou nos Estados Unidos desde então – a começar pelo seu presidente. O que eu quero dizer é que Morgan Freeman só está falando o que falou porque antes dele viveu Martin Luther King. Talvez em 1963 o discurso de Morgan seria outro, da mesma forma que talvez, e somente talvez, hoje Martin Luther King não precisaria falar “eu tenho um sonho...” Abraço.
Eu concordo. As coisas estão mudando.
ResponderExcluirQuem é o maior ídolo do Brasil hoje? Já vou avisando, não é o Batman.
Batman é para os fracos, o meu herói é o negão da capa preta. Viva o Ministro Joaquim Barbosa
O que as pessoas geralmente não falam é sobre o privilégio de ser branco na sociedade mundial. Este conceito de raças foi construído por europeus e seus descendentes a partir do século 15 e contaminou o mundo com a escravidão e o racismo e enriqueceu os brancos não apenas monetariamente. O conceito de belo, líder, rico e poderoso está colado à imagem do homem branco e da mulher branca em segundo lugar. Em terceiro lugar nesta hierarquia vem o homem negro e na quarta posição está a mulher negra. Não é achismo o desafio étnicoracial existe há muito tempo e criou desigualdades que precisam ser superadas para o bem do país mais pelo seu futuro do que pelo passado.
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