quarta-feira, 15 de maio de 2013

O Teste de QI não está com nada

Durante décadas, o teste de QI foi considerado a melhor (e, por alguns, a única) maneira de medir a inteligência de uma pessoa


Mais recentemente, contudo, pesquisadores de diversas áreas (em especial da psicologia) passaram a questionar a ideia, propondo que há vários tipos de inteligência, e não apenas um.

Para tirar de vez a “supremacia” do QI, pesquisadores dos Estados Unidos analisaram mais de 100 mil pessoas de várias idades e regiões do mundo. Por meio de 12 testes cognitivos, eles avaliaram memória, raciocínio, atenção e capacidade de planejamento.

No passado, quando as pessoas tentaram examinar como a inteligência se relaciona com o cérebro, elas geralmente assumiram que há uma forma de inteligência dominante que se encontra em um sistema específico do cérebro”, explica Adam Hampshire, um dos autores do estudo. “O que nós descobrimos é que as regiões cerebrais relacionadas com o que quer que seja o tal ‘Fator G’ – a inteligência geral – na verdade abrigam vários sistemas especializados, e não apenas um”.

O sistema em que se baseiam os testes de QI, por não considerar essa variedade de “inteligências”, não poderia trazer resultados abrangentes o suficiente.

De acordo com o estudo feito por Hampshire e seus colegas, há pelo menos três componentes que influenciam a inteligência de uma pessoa: memória de curto prazo, capacidade de raciocínio e aptidão verbal.

A grande variedade de participantes deu aos pesquisadores uma boa noção de como diversos fatores (idade, gênero, nacionalidade, frequência com que a pessoa joga videogame) podem interferir nesses três componentes e, portanto, na inteligência da pessoa – idade avançada tende a prejudicar a memória, enquanto o hábito de jogar videogame pode ajudar a desenvolver a capacidade de raciocínio, por exemplo.

As pessoas deveriam ser céticas diante de relatos de diferenças de QI entre populações; não deveria ser uma medida única”, aponta Hampshire. “Examinar as correlações sociodemográficas em detalhe vai ajudar a entender melhor [as diferenças entre populações]“.
[Medical Xpress, Neuron] [Hypescience/Guilherme de Souza]

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