Matéria originalmente publicada em 29 de agosto de 2012
Integrando os eventos do Momento Itália Brasil (2011-2012), a exposição Caravaggio e seus seguidores reuniu um conjunto de 22 pinturas nunca antes vistas no Brasil e esteve no MASP (Museu de Arte de São Paulo) em agosto e setembro de 2012
A mostra conta com 7 obras do grande mestre do Barroco italiano, Michelangelo Merisi, dito Caravaggio (1571-1610) ou obras atribuídas ao pintor, ao lado de 15 pinturas realizadas por seus seguidores, os chamados “caravaggescos”. Dentre os aprendizes, estão: Artemisia Gentileschi (1593-1653), Bartolomeo Cavarozzi (1587-1625), Giovanni Baglione (c. 1566-1643), Giovan Battista Caracciolo (1578-1635) dito Battistello, Hendrick van Somer (1615-1684-1685), Jusepe De Ribera (1591-1652), Leonello Spada (1576-1622), Mattia Preti (1613-1699), Orazio Borgianni (1574-1616), Orazio Gentileschi (1563-1639), Orazio Riminaldi (1593-1630), Simon Vouet (1590-1649), Tommaso Salini (1575-1625) e Valentin de Boulogne (1591-1632).
Passando por diversas fases da vida do gênio, a mostra pode ser divida em três grandes blocos: trabalhos consagrados e conhecidos; novas descobertas; e obras “problema”, que ainda são objeto de estudo. Com curadoria de Fábio Magalhães no Brasil e Giorgio Leone na Itália, a exposição foi idealizada por Rossella Vodret, uma das principais autoridades em Caravaggio na Itália e chefe da Superintendência Especial para o Patrimônio Histórico, Artístico e Etnoantropológico e para o Pólo Museológico da Cidade de Roma.
Exposição na Casa Fiat de Cultura - Belo Horizonte Foto: © Studio Cerri |
Caravaggio: San Girolamo che scrive, Séc. XVII (1605-1606) © Soprintendenza PSAE e per il PM della città di Roma |
Caravaggio: Medusa Murtola, Séc. XVI (1597) |
Caravaggio usava sua técnica para impressionar o espectador: temática do cotidiano italiano de sua época; formato “ao natural” das figuras, à semelhança do espectador; a cena toda retratada em primeiro plano, para envolver emocionalmente quem a olha; fundo neutro ou escuro, destacando o tema representado, contrastando com o forte feixe de luz que iluminava o objeto principal da obra, evidenciando sua técnica do claro-escuro, que tornava tudo mais “real”, mais vivo.
Caravaggio tinha um temperamento explosivo. Encrenqueiro, envolveu-se em uma série de brigas e processos jurídicos ao longo de sua vida, tendo que fugir de diversas cidades, inclusive Roma, onde sua cabeça tinha sido posta a prêmio. A despeito de sua vida conturbada, sua técnica ímpar e a maestria com que retratava as cenas e os personagens de suas obras preservam até hoje o encantamento e emoção que causavam no século XVII.
Caravaggio:
Ritratto di cardinale (Benedetto Giustiniani?)
Séc. XVI (1599-1600)
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Primeiramente, a exposição foi apresentada em Belo Horizonte, na Casa Fiat de Cultura, onde recebeu quase 90 mil visitantes. Quando inaugurada em Minas, em maio, abrigou seis pinturas de Caravaggio porque a sétima obra do artista, "São João Batista Que Alimenta o Cordeiro", de coleção particular, chegou ao Brasil apenas em meados de julho para integrar-se à mostra.
É uma das exposições com o maior número de obras de Caravaggio já realizada no continente das Américas. Não percam!
Caravaggio e Seus Seguidores
Masp (Avenida Paulista, 1.578, Bela Vista)
Tel. (011) 3251-5644
Terça a domingo, das 11h às 18h (quintas, das 11h às 20h)
R$ 15 (Grátis às terças-feiras)
Até 30 de setembro
Caravaggio: San Francesco in meditazione, Séc. XVII (1606)
Hendrick van Somer: San Girolamo, Séc. XVII (1652, datado)
Tommaso Salini: Interno di cucina (La scimmia e il gatto), Séc. XVII (1620-1625)
Leonello Spada | Incoronazione di spine, Séc. XVII (1614-1626)
Orazio Riminaldi: Sacrificio di Isacco, Séc. XVII (1625)
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