Sessão Vale Reprise
Matéria originalmente publicada em 25 de setembro de 2012
O estudo, feito com dados históricos, demonstraram que indivíduos coreanos castrados viviam muito mais do que seus contemporâneos não castrados.
No mundo industrializado, as mulheres vivem, em média, pelo menos cinco anos a mais do que os homens. Pesquisas de Gerontologia já afirmaram que em cada cem pessoas com mais de cem anos, apenas cinco são homens.
Os cientistas atribuem esta diferença a várias hipóteses, desde os hábitos mais saudáveis até o fato de as mulheres terem células mais resistentes.
A culpa é da testosterona
Agora, um novo estudo do biólogo Kyung Min-Jin de Inha University, em Incheon, Coreia, publicado na revista "Current Biology", que analisa a longevidade dos eunucos, ou homens castrados, sugere que a testosterona pode ter um papel fundamental na redução da vida dos homens.
Agora, um novo estudo do biólogo Kyung Min-Jin de Inha University, em Incheon, Coreia, publicado na revista "Current Biology", que analisa a longevidade dos eunucos, ou homens castrados, sugere que a testosterona pode ter um papel fundamental na redução da vida dos homens.
A idéia de que a testosterona, o hormônio sexual masculino, afeta vida não é nova. Cães castrados e outros animais que têm suas fontes de testosterona removidas, muitas vezes vivem mais do que os seus homólogos intactos.
Mas os estudos sobre a conexão entre a castração e a longevidade em humanos são mais difíceis de encontrar, e os resultados nunca são conclusivos.
Um estudo de 1969 de pacientes de uma instituição em Kansas, USA, descobriu que os homens castrados viveram em média 14 anos a mais do que os outros homens intactos da mesma instituição, mas outro estudo de 1993 dos “castrati” italianos (cantores castrados como meninos para preservar suas vozes agudas) não encontrou nada de anormal em sua longevidade.
Agora, o biólogo Kyung Min-Jin, assistindo a um programa na televisão sobre o drama dos eunucos coreanos, começou a se perguntar se os registros históricos poderiam lançar luz sobre a ligação entre a castração e a longevidade humana.
Segundo os dados encontrados, a maioria dos homens, incluindo reis e membros da família real coreana, morria com 40 ou 50 anos, um pouco mais, um pouco menos. Mas os eunucos da nobreza - homens que foram castrados por acidente ou por causa de benefícios sociais - viviam, em média, 70 anos.
O estudo se baseou em registros genealógicos da aristocracia imperial durante a dinastia coreana Joseon, que durou mais de 500 anos, do final dos anos 1300 até o começo dos 1900.
O autor explicou à AFP que a razão para esta diferença seria a testosterona. "A testosterona é também conhecida por aumentar a incidência de doença cardíaca coronariana e por reduzir a função imunológica nos homens", afirmou.
Será que vale à pena viver mais? |
Os homens modernos que querem prolongar a vida poderiam considerar "uma terapia de redução da testosterona", entretanto Kyung-Jin afirmou que isto provavelmente seria prematuro.
De um lado, não está claro se haveria algum efeito se a terapia fosse iniciada em idade mais avançada, uma vez que os eunucos eram todos castrados quando crianças.
De outro, o tratamento poderia ter efeitos colaterais, uma vez que alguns homens poderiam pensar que não valeria à pena viver mais considerando as limitações impostas pela terapia. "Nós precisamos considerar os efeitos colaterais disto", disse Kyung-Jin, "principalmente, da redução do desejo sexual nos homens".
Nenhum comentário:
Postar um comentário