De cada 26 mulheres que morrem no país, oito são vítimas de ataque cardíaco e apenas uma de câncer de mama
Já está mais do que na hora de elas começarem a se preocupar com a saúde cardíaca. Um levantamento divulgado pela Secretaria de Saúde de São Paulo acaba de revelar que as mulheres estão morrendo mais de infarto do que os homens. A cada 100 pacientes masculinos que chegam ao Sistema Único de Saúde devido à complicação, são contabilizados 12 óbitos. Já no time feminino, o número é mais alarmante: corresponde a 19 a cada 100. Essa é a prova de que doença cardiovascular está longe de ser um problema exclusivo dos marmanjos. De cada 26 mulheres que morrem no país, oito são vítimas do infarto, enquanto apenas uma morre em decorrência do câncer de mama.
“O infarto mata mais do que esse tipo de tumor. Está na hora de as mulheres começarem a se preocupar com o coração”, avisa o cardiologista Antonio Carlos Carvalho, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Causas
Para o cardiologista Raul Dias dos Santos, médico assistente da unidade clínica de dislipidemia (altos níveis de gorduras circulando no seu sangue) do Instituto do Coração (Incor), a situação é explicada por uma série de fatores que vai, desde o descuido da mulher, até a terapia de reposição hormonal (TRH). “A mulher passa metade da vida indo ao ginecologista, mas não se submete a uma avaliação dos riscos cardiovasculares”, diz.
Após a menopausa, a chance de um ataque cardíaco é bem maior, pois a mulher deixa de contar com a chamada proteção hormonal. “O infarto costuma se manifestar na população feminina dez anos mais tarde que nos homens, exatamente por causa dos hormônios”, comenta Santos.
O especialista acredita que o uso da Terapia de Reposição Hormonal contribuiu para o aumento no número de mortes decorrentes das doenças cardiovasculares. “Por muito tempo, os médicos achavam que o tratamento protegia o coração das mulheres. Mas estudos recentes mostraram o contrário”, acrescenta.
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