quarta-feira, 28 de maio de 2014

Faroeste na Praça dos Três Poderes em Brasília

Eita! Estamos avançando! Já chegamos à era da guerra com arco e flecha em plena Praça dos Três Poderes, em Brasília

Índios apontam flechas para a polícia durante protesto próximo ao estádio Mané Garrincha, em Brasília - Lunae Parracho/Reuters
Vamos convocar os antropólogos de esquerda do Complexo Pucusp para analisar essa, como direi?, volta às raízes. E se a Praça dos Três Poderes fosse desapropriada e entregue aos índios, hein? Com raras exceções — algumas cabeças no Supremo e no Congresso —, poder-se-iam produzir coisas mais interessantes por lá. Também aceito reivindicações de quilombolas, de ETs, de povos estranhos de áreas ignotas… 

Índios entram em confronto com a Polícia Militar ao tentarem se aproximar do Estádio Nacional de Brasília - Fernando Bizerra Jr./EFE
Até os tufos de grama dos estádios superfaturados sabiam que a Copa do Mundo tinha tudo para virar um tremendo programa de índio. Mas nem o mais finório dos cartolas poderia imaginar que, nesta terça-feira, os antigos donos da terra conseguiriam piorar o que já parecia exemplarmente ruim.
Um turista estrangeiro que desembarcou em Brasília e resolveu ver de perto a taça oficial da Copa do Mundo, exposta no Estádio Nacional nesta terça-feira, foi surpreendido com cenas de faroeste. Índios que realizavam um ato no Congresso Nacional pela demarcação de terras protegidas se juntaram a manifestantes que marchavam contra a realização da Copa e entraram em confronto com a Polícia Militar do Distrito Federal. 
Durante a confusão, imagens de emissoras de televisão mostraram índios disparando flechas contra policiais a cavalo – a assessoria da PM confirmou que um policial foi atingido na perna por uma flecha. 
Para proteger as instalações do estádio, a PM interditou o trânsito nas principais vias do Plano Piloto de Brasília e destacou 500 homens, incluindo a Tropa de Choque e o Batalhão da Cavalaria. Baderneiros atacaram dois carros da polícia e tentaram furar os bloqueios. A PM respondeu com bombas de efeito moral. [veja.abril]
As imagens do conflito, transmitido ao vivo por emissoras de TV e já noticiado com destaque pela imprensa internacional, vão exigir acrobacias retóricas especialmente ousadas dos espertalhões que miraram nas urnas e acertaram o próprio pé. Principal responsável pela transformação do Brasil em província provisória da Fifa, Lula logo estará recitando mais uma vigarice panglossiana.

Se os caçadores de votos são forçados a correr atrás do prejuízo, os mais notórios caçadores de dólares já dormem em paz. “O que tinha que ser gasto, roubado, já foi”, informou há poucas horas Joana Havelange (veja o próximo post). Eis aí o que se pode qualificar de “fonte bem informada”. Mais que integrante do comitê local da Copa, Joana é filha de Ricardo Teixeira, que hoje gasta em Miami o que embolsou enquanto presidiu a CBF, e neta de João Havelange, o ex-chefão da Fifa que transformou a dona do futebol mundial na Casa da Moeda dos Supercartolas. Esses se afastaram da cena do crime antes da chegada do camburão.

Continuam em ação os que, além de muito dinheiro, querem ganhar a eleição. De olho na divisão do produto do roubo, podem perder a chance de escapar. E nunca estiveram tão perto de cair fora do poder. Fonte: Veja/AugustoNunes

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