Os genes já foram culpados por todo o tipo de coisa. Próximo fator dessa lista: gosto por café
Segundo um novo estudo, ser viciado em cafeína é em parte determinado pelos genes. Dois deles – envolvidos na degradação da cafeína no fígado – foram associados com a quantidade de cafeína que as pessoas consomem.
Inesperadamente, o estudo não encontrou uma forte ligação entre o consumo de cafeína e os genes envolvidos na resposta do cérebro a cafeína. O fígado, mais do que o cérebro, determina a ingestão diária de cafeína de uma pessoa.
Os resultados sugerem que as pessoas que bebem mais cafeína são as mais capazes de “tolerá-la”. Ao invés de beber cafeína para se sentir bem (uma resposta no cérebro), seu consumo é estabelecido pela rapidez com que seu fígado quebra a cafeína – quanto mais rápido, mais você bebe.
O café (e outras substâncias com cafeína) são muito populares. Descobrir o que influencia este hábito é útil. Com moderação, a cafeína tem resultados positivos; pode combater o declínio cognitivo, por exemplo. Mas em excesso pode prejudicar a cognição, causar insônia e até alucinações.
Os pesquisadores digitalizaram os genes de mais de 47.000 indivíduos. Os participantes responderam a perguntas sobre a quantidade de café, chá, refrigerante e chocolate que consumiam.
Os cientistas identificaram dois genes, CYP1A2 e AHR, associados com a ingestão de cafeína. Todo mundo tem esses genes, mas algumas pessoas têm variações mais ativas. Pessoas com as versões mais ativas destes genes bebem cerca de 40 miligramas de cafeína a mais do que os outros.
O método utilizado para encontrar esses genes, conhecido como estudo de associação do genoma, procura genes ligados a uma doença ou hábito de uma forma completamente imparcial. Isto significa que os pesquisadores entraram no estudo sem uma ideia preconcebida do que iriam encontrar.
O gene CYP1A2 também está envolvido na degradação de muitos produtos químicos, incluindo substâncias cancerígenas. O próximo passo da pesquisa é ver se as variações deste gene também influenciam o risco de uma pessoa ter câncer.
Além disso, os pesquisadores vão investigar se as pessoas que não bebem cafeína também possuem variações genéticas. [LiveScience]
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