segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Os latino-americanos são os mais felizes do mundo

Já não é segredo que pessoas ricas não são necessariamente felizes e, pelo visto, o mesmo princípio vale para nações

Uma enquete realizada pela empresa Gallup colocou oito países da América Latina entre os mais “felizes” do mundo. 

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores da Gallup entrevistaram cerca de mil pessoas de cada um dos 148 países participantes. A enquete foi realizada por telefone, e o entrevistado tinha de responder sobre experiências que vivenciou no dia anterior, respondendo a perguntas do tipo: "Você sentiu-se respeitado?", "Você sorriu bastante?", "Você aprendeu ou realizou algo interessante?", "Você descansou bem?" 

Os paraguaios e panamenhos foram os que mais responderam “sim” às questões (85%); já os brasileiros responderam “sim” em média 72%. No topo do ranking também estão Venezuela e El Salvador, seguidos por Trinidade e Tobago, Tailândia, Guatemala, Filipinas, Equador e Costa Rica – ou seja, nenhum país com uma economia especialmente robusta (nações mais “ricas”, como Estados Unidos, Inglaterra e França, ficaram entre os mais felizes). 

Cientistas podem medir felicidade?

Alguns críticos consideram, ainda, que a pesquisa não mediu a “felicidade” das nações, mas sim a tendência cultural de cada uma em relação à expressão de sentimentos – positivos ou negativos. Para Jon Clifton, da Gallup, contudo, os resultados não devem ser subestimados. “Essas expressões são uma realidade, e é exatamente isso o que estamos tentando quantificar”, explica. “Eu acredito que há emoções positivas maiores naqueles países [do topo do ranking]“

De acordo com informações divulgadas pela Associated Press, alguns latino-americanos disseram que a enquete tocou em um aspecto fundamental da cultura de seus países: o hábito de focar em coisas boas, como amigos, família e religião, a despeito das dificuldades da vida diária. 

Tristes nações 

Entre as nações consideradas menos “felizes” estão aquelas em situação de guerra, como Iraque e Afeganistão, ou que passam por instabilidade política ou étnica, como Sérvia, Bielorússia e Azerbaijão. 

No “fundo” da enquete está Cingapura, com apenas 46% de respostas positivas – mesmo com sua economia próspera e impressionante PIB per capita. “Nós trabalhamos como condenados e somos pagos com uma mixaria”, desabafa o empresário Richard Low, que vive em Cingapura. “Quase não há tempo para feriados ou apenas para relaxar porque você está sempre pensando à frente: quando é a próxima reunião ou termina o próximo prazo. Quase não há um equilíbrio entre vida e trabalho aqui”. 

Implicações 

Estes dados podem surpreender os analistas e líderes que apenas se concentram em tradicionais indicadores econômicos. Moradores do Panamá, que é o 90º no mundo em relação ao PIB per capita, estão entre os mais propensos a relatar emoções positivas. Moradores de Cingapura, que ocupa o quinto lugar no mundo em termos de PIB per capita, são os menos propensos a relatar emoções positivas. 

Maior renda não significa necessariamente maior bem-estar. Daniel Kahneman, ganhador do Prêmio Nobel de economia e Angus Deaton, economista de Princeton, dizem que a renda só tem um impacto significativo sobre as emoções diárias para quem ganha até US $ 75.000 por ano - depois disso, a renda adicional não faz tanta diferença.


Fonte: Gallup

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