Orgasmo Trifásico (Millôr Fernandes)
Sessão Vale Reprise
Matéria originalmente publicada em 21 de janeiro de 2012
Orgasmo feminino é coisa da qual as mulheres entendem muito pouco. E os homens, muito menos.
Pelo fato de ser uma reação endócrina que se dá sem expelir nada, não apresenta nenhuma prova evidente de que aconteceu ou se foi simulado. Orgasmo masculino não! É aquela coisa que todo mundo vê. Deixa o maior flagrante por onde passa.
Millôr Fernandes, cartunista, jornalista, cronista, dramaturgo, roteirista, tradutor e poeta brasileiro. Cartunista, vem colaborando nos principais órgãos da imprensa brasileira; cronista, tem mais de 40 títulos publicados; dramaturgo, alcançou sucessos como Liberdade, Liberdade (em parceria com Flávio Rangel), Computa, computador, computa e É..; artista gráfico, tem trabalhos expostos em várias galerias de arte do Rio de Janeiro e no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ. Faz roteiros de filmes, programas de televisão, shows e musicais e é um dos mais solicitados tradutores de teatro do país. Irônico, polêmico, com seus textos (aforismos, epigramas, ironia, duplos sentidos e trocadilhos) e seus desenhos constrói a crônica dos costumes brasileiros dos últimos sessenta anos. Com a saúde fragilizada após sofrer um acidente vascular cerebral no começo de 2011, morreu em março de 2012, aos 88 anos.
Sessão Vale Reprise
Matéria originalmente publicada em 21 de janeiro de 2012
Orgasmo feminino é coisa da qual as mulheres entendem muito pouco. E os homens, muito menos.
Pelo fato de ser uma reação endócrina que se dá sem expelir nada, não apresenta nenhuma prova evidente de que aconteceu ou se foi simulado. Orgasmo masculino não! É aquela coisa que todo mundo vê. Deixa o maior flagrante por onde passa.
Diante desse mistério, as investigações continuam e muitas pesquisas são feitas e centenas de livros escritos para esclarecer este gostoso e excitante assunto.
Acompanho de perto, aliás, juntinho, este latejante tema.
Vi outro dia, no programa do Jô Soares, uma sexóloga Sergipana dando uma entrevista sobre orgasmo feminino. A mulher, que mais parecia a gerente comercial da Walita, falava do corpo como quem apresenta o desempenho de uma nova cafeteira doméstica.
Apresentou uma pesquisa que foi feita nos Estados Unidos para medir a descarga elétrica emitida pela “Periquita” na hora do orgasmo, e chegou à incrível conclusão de que, na hora “H”, a “perseguida” dispara uma descarga de 250.000 microvolts, ou seja, cinco “pererecas” juntas ligadas na hora do “ai meu Deus!”, seriam suficientes para acender uma lâmpada.
Uma dúzia, então, é capaz de dar partida numa Fusca com a bateria arriada. Uma amiga me contou que está treinando para carregar a bateria do telefone celular. Disse que gozou e, tcham (!), carregou.
É preciso ter cuidado porque isso não é mais “xibiu”, é torradeira elétrica! E se der um curto circuito na hora de “virar o zoinho”, além de vesgo, a gente sai com mal de Parkinson e com a linguiça torrada.
Pensei: camisinha agora é pouco, tem de mandar encapar na Pirelli ou enrolar com fita isolante. E na hora “H”, não tire o tênis nem pise no chão molhado! Pode ser pior!
É recomendável, meu amigo, na hora que você for molhar o seu “biscoito” lá na canequinha de sua namorada, perguntar: “é 110 ou 220 volts?”.
Senão, meu xará, depois do que essa moça falou lá no Jô, pode dar “ovo frito no café da manhã”.
Acompanho de perto, aliás, juntinho, este latejante tema.
Vi outro dia, no programa do Jô Soares, uma sexóloga Sergipana dando uma entrevista sobre orgasmo feminino. A mulher, que mais parecia a gerente comercial da Walita, falava do corpo como quem apresenta o desempenho de uma nova cafeteira doméstica.
Apresentou uma pesquisa que foi feita nos Estados Unidos para medir a descarga elétrica emitida pela “Periquita” na hora do orgasmo, e chegou à incrível conclusão de que, na hora “H”, a “perseguida” dispara uma descarga de 250.000 microvolts, ou seja, cinco “pererecas” juntas ligadas na hora do “ai meu Deus!”, seriam suficientes para acender uma lâmpada.
Uma dúzia, então, é capaz de dar partida numa Fusca com a bateria arriada. Uma amiga me contou que está treinando para carregar a bateria do telefone celular. Disse que gozou e, tcham (!), carregou.
É preciso ter cuidado porque isso não é mais “xibiu”, é torradeira elétrica! E se der um curto circuito na hora de “virar o zoinho”, além de vesgo, a gente sai com mal de Parkinson e com a linguiça torrada.
Pensei: camisinha agora é pouco, tem de mandar encapar na Pirelli ou enrolar com fita isolante. E na hora “H”, não tire o tênis nem pise no chão molhado! Pode ser pior!
É recomendável, meu amigo, na hora que você for molhar o seu “biscoito” lá na canequinha de sua namorada, perguntar: “é 110 ou 220 volts?”.
Senão, meu xará, depois do que essa moça falou lá no Jô, pode dar “ovo frito no café da manhã”.
Millôr Fernandes, cartunista, jornalista, cronista, dramaturgo, roteirista, tradutor e poeta brasileiro. Cartunista, vem colaborando nos principais órgãos da imprensa brasileira; cronista, tem mais de 40 títulos publicados; dramaturgo, alcançou sucessos como Liberdade, Liberdade (em parceria com Flávio Rangel), Computa, computador, computa e É..; artista gráfico, tem trabalhos expostos em várias galerias de arte do Rio de Janeiro e no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ. Faz roteiros de filmes, programas de televisão, shows e musicais e é um dos mais solicitados tradutores de teatro do país. Irônico, polêmico, com seus textos (aforismos, epigramas, ironia, duplos sentidos e trocadilhos) e seus desenhos constrói a crônica dos costumes brasileiros dos últimos sessenta anos. Com a saúde fragilizada após sofrer um acidente vascular cerebral no começo de 2011, morreu em março de 2012, aos 88 anos.
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