sexta-feira, 13 de junho de 2014

Protetor solar não previne câncer de pele

Polêmica: Estudo afirma que usar protetor solar, mesmo com FPS elevado, não previne
o câncer de pele



Especialistas afirmam que, enquanto um creme FPS pode bloquear os efeitos do sol em curto prazo, ele ainda permite que raios suficientes atravessem a barreira, entrem na pele, podendo causar complicações a longo prazo.

Um estudo inovador, pensando na radiação UV e sua implicação para a pele, revelou que os danos de longa duração não são interrompidos pelo protetor solar. Quem gasta mais do que um período curto de tempo debaixo do sol, deve se certificar de que esteja coberto e protegido de outras formas além do protetor solar apenas.

Cientistas da Universidade de Manchester e do Instituto de Pesquisa do Câncer, em Londres, realizaram o primeiro estudo molecular do mundo no caminho da causa do melanoma maligno, a forma mais letal de câncer de pele

O estudo, publicado na revista Nature, revelou que até mesmo o mais alto grau, FPS 50 (que é o valor máximo que alguns órgãos de vigilância sanitária atribuem como máximo possível com eficácia verdadeira) do protetor solar, permite que parte da radiação UV passe pela barreira cosmética, sendo suficiente para danificar o DNA das células que possuem pigmento, os melanócitos.

Julie Sharp, da Cancer Research UK, que financiou o estudo, disse: "As pessoas tendem a pensar que o protetor é invencível, uma vez que eles colocam-no, podem ficar tempo indeterminado no sol. Esta pesquisa acrescenta uma prova importante, mostrando que o filtro solar tem um papel, mas que você não deve confiar apenas nisso para proteger sua pele".

O melanoma maligno é o quinto tipo de câncer mais comum com mais de 13.000 pessoas diagnosticadas com a doença a cada ano só no Reino Unido. Os cientistas descobriram que o filtro solar não consegue parar a radiação solar, causando uma mutação no “gene guardião" da pele, que produz proteínas que a protegem contra os raios UV.

Os pesquisadores insistem que as pessoas devem continuar a usar protetor solar, pois, mesmo não fornecendo a proteção completa, pode retardar o efeito cancerígeno da radiação UV. Contudo, eles disseram que ninguém deve confiar em protetor solar sozinho.

Com o gene danificado, a pele fica vulnerável a mais danos do sol e mais propensa a desenvolver um tumor. O autor do estudo, Richard Marais, da Universidade de Manchester, disse: "A luz UV atinge os próprios genes que nos protegem de seus próprios efeitos prejudiciais, mostrando o quão perigoso esse agente causador de câncer é”.

Ao longo de um período de 15 meses, eles expuseram os ratos a uma dose semanal de radiação UV, semelhante ao que uma pessoa receberia ao passar uma hora por semana em exposição ao sol. Os ratos que não tinham qualquer proteção desenvolveram tumores após uma média de 5,3 meses, e dentro de sete meses cada um teve o câncer. Outro grupo de ratos tiveram sua pele raspada e com protetor solar FPS 50 aplicado. Esses camundongos desenvolveram tumores após uma média de 7,5 meses, e cada um tinha crescido um melanoma no prazo de 15 meses.

Marais disse: "Este trabalho destaca a importância da combinação de protetor solar com outras estratégias para proteger a nossa pele, inclusive usando chapéus e roupas largas, e buscando sombra quando o sol está mais forte”.

Dr. Chris Flower, diretor-geral da Associação de Cosméticos, Higiene Pessoal e Perfumaria, disse: "Como produtores de cosméticos, nunca falamos sobre o câncer de pele e como isso poderia ser evitado por meio de produtos. Nós nunca recomendamos que os produtos de proteção solar devam ser usado para ficar no sol por mais tempo. Apenas os apresentamos como parte de uma segurança um pouco maior no sol, mas não pode ficar em exposição a esses raios a todo momento”.

"A primeira linha de defesa para evitar o câncer de pele é fugir um pouco do sol; a segunda é a de cobrir-se com um chapéu ou boné; e a terceira seria usar o filtro solar”, afirma Flower.

Fonte: DailyMail Foto: Reprodução / Expatdoctormom / Gizmodo / Voidlive / Jornal Ciencia

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