segunda-feira, 9 de junho de 2014

Os atores contemplados com o Oscar vivem mais?

O pesquisador Donald Redelmeier, da Universidade de Toronto, foi atrás da resposta. Vejam o que ele descobriu

No ritmo do anúncio da lista de indicados ao Oscar, a gente começou a pensar: será que ganhar um Oscar tem algum efeito sobre a saúde das pessoas? Ok, não foi a gente, foi um pesquisador da Universidade de Toronto, Donald Redelmeier. Certamente mais capacitado para isso, ele foi atrás da resposta e constatou que, para os atores, tem sim: eles vivem mais. Mas, para os roteiristas, não: eles vivem menos.

Primeiro, Redelmeier analisou o destino dos atores e atrizes que levaram o prêmio. A hipótese dele era que ter um Oscar no currículo dava a eles mais controle sobre as próprias carreiras: em vez de serem “forçados” (por produtores ou agentes) a aceitar papéis ruins ou a trabalhar em filmes medíocres, os vencedores, com o respaldo que vem da estatueta dourada, teriam mais autonomia para escolher seus trabalhos. 

Esse controle criativo, em resposta, beneficiaria a saúde. E os resultados foram claros: ganhadores do Oscar vivem, em média, quatro anos mais do que os colegas menos reconhecidos – o que representa, veja bem, uma redução de 28% na taxa de mortalidade da classe.

Que beleza, né? Mas a história é diferente para os roteiristas. Em parceria com o pesquisador Sheldon Singh, Redelmeier foi, depois, analisar a vida do pessoal que escreve os filmes. E descobriu que, a princípio, eles se dão muito bem. “Em média, ganhadores (do Oscar) têm uma carreira 14% mais longa, trabalham em 34% mais filmes, têm 58% mais filmes bem avaliados (com ao menos quatro estrelas) e 62% mais indicações futuras do que os indicados que não levam o prêmio”. 

Mas têm, também, menos tempo para gozar desse sucesso todo. “Entretanto, a expectativa de vida é 3,6 anos menor para ganhadores do que para indicados, o equivalente a um aumento relativo de 37% na taxa de mortalidade. A hipótese do estudo, ainda superficial, é que isso seja reflexo do “estilo de vida fora do usual” dos roteiristas, “no qual sucesso não está ligado a uma conduta exemplar ou a controle” – como no caso dos atores. [super.abril]

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