sexta-feira, 19 de julho de 2013

Por que algumas pessoas comem e não engordam?

Como escreveu Veríssimo “Ninguém é mais admirado ou invejado do que o come e não engorda


Você o conhece. É o que come o dobro do que nós comemos e tem metade da circunferência e ainda se queixa: – Não adianta. Não consigo engordar.

Uma enzima pode ser a explicação do fato de algumas pessoas comerem bem mais do que outras e continuarem magras sem fazerem dieta.

A enzima, chamada de MGAT2, determina se a gordura ingerida na alimentação será usada para gerar energia ou se será armazenada em camadas lipoproteicas (apelido para os famosos pneuzinhos).

Os cientistas descobriram que ratos que possuíam poucas enzimas desse tipo eram capazes de comer muito sem engordar. Esses animais também estavam protegidos contra intolerância à glucose – sintoma precursor da diabetes – e colesterol alto.

As enzimas, em geral, são catalisadores biológicos essenciais para o funcionamento do nosso organismo.

A MGAT2 é uma das três enzimas do grupo MGAT, encontradas nos intestinos humanos e, também, no dos ratos. Os pesquisadores acreditam que, cortando a atividade da MGAT2 através de medicamentos, pode ser uma solução para combater a obesidade e todos os problemas que o excesso de peso acarreta.

Em uma pesquisa da Universidade da Califórnia, um grupo de cientistas reduziu a atividade dessas enzimas à metade. O resultado foi que os animais se desenvolveram normalmente – no entanto, em uma dieta constituída em 60% de gorduras, eles ganharam bem menos peso do que seus companheiros que continuavam a produzir a enzima normalmente.

Depois de quatro meses de testes e experimentos, os ratos que produziam menos MGAT2 pesavam cerca de 40% a menos do que os outros.

Estudos posteriores mostraram que os ratos com menos MGAT2 tinham menos insulina no sangue e maior tolerância à glucose. O nível do colesterol (LDL, o colesterol ruim, que pode causar problemas cardíacos) também baixou consideravelmente.

A razão pela qual o corpo humano tende a armazenar a gordura, mesmo quando não é o mais saudável a se fazer, é que nosso sistema biológico ainda se comporta como o dos nossos ancestrais. A comida, para eles, era escassa, então seus corpos precisavam “armazenar” um estoque considerável de energia, em caso de falta de alimento. [Telegraph[Hypescience/Alessandra Nogueira]

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