Não faltam pesquisas que tentam medir níveis de felicidades em países para descobrir onde a qualidade de vida é melhor
Felicidade é um conceito, para muitos, subjetivo. Ainda assim, não faltam pesquisas cientificas que tentam medir níveis de felicidades em países para descobrir onde a qualidade de vida é supostamente melhor.
No último relatório do tipo, que analisou mais de 150 países ao redor do mundo, pesquisadores estudaram dados de felicidade a partir de 2005 vindos em sua maioria do Gallup World Poll. Resultado: as pessoas mais felizes do planeta parecem viver na Escandinávia.
A conclusão é do segundo World Happiness Report (“Relatório de Felicidade no Mundo”) da Assembleia Geral da ONU, que classifica os países com base em várias medidas de bem-estar e analisa os fatores que contribuem para esse bem-estar.
A Dinamarca foi considerado o país mais feliz, seguido de Noruega, Suíça, Países Baixos (Holanda), Suécia e Canadá. Vale notar que esse não é o primeiro relatório que descobre que a Dinamarca é o pais mais feliz do mundo. Além disso, muitos dos figurantes do top 10 mais recente já apareceram em rankings semelhantes feitos por outras instituições.
A pontuação vai de zero a 10. Confira a lista dos 10 mais felizes de 2013:
1. Dinamarca (7.693)
2. Noruega (7.655)
3. Suíça (7.650)
4. Holanda (7.512)
5. Suécia (7.480)
6. Canadá (7.477)
7. Finlândia (7.389)
8. Áustria (7.369)
9. Islândia (7.355)
10. Austrália (7.350)
E o mais tristes?
Os últimos 10 colocados da lista vêm principalmente do continente africano, caracterizado como o mais pobre do mundo. A exceção é a Síria, pais árabe do sudeste asiático. No entanto, não é de se estranhar que esteja nessa posição, visto que passa por um momento de grande tensão e guerra civil, além da ameaça de possíveis confrontos com outros países, como os EUA.
147. Senegal (3.959)
148. Síria (3.892)
149. Comores (3.851)
150. Guiné (3.847)
151. Tanzânia (3.770)
152. Ruanda (3.715)
153. Burundi (3.706)
154. República Centro-Africana (3.623)
155. Benim (3.528)
156. Togo (2.936)
Brasileiro, com muito orgulho, com muito amor… E felicidade?
O brasileiro tem, sem dúvida, a fama de ser um povo feliz. Não faltam músicas para falar das nossas maravilhas, paisagens belas, alegria, festas. Mas será que o ranking científico reflete esse senso comum?
O resultado podia, de fato, ser melhor. Pelo que se fala da nossa felicidade, o certo seria estar no top 10. Mas não podemos dizer que não somos felizes: entre 156 países, estamos na 24ª posição, na frente de muitos países europeus, como França (25), Alemanha (26), Espanha (38), Itália (45) e Portugal (85). Também figuramos na frente de outros latino-americanos, como Chile (28), Argentina (29), Colômbia (35), Bolívia (50) e Peru (55). Até mesmo superamos outros países com economia emergente, como Rússia (68) e China (93).
No entanto, perdemos em felicidade para Costa Rica (12), Emirados Árabes Unidos (14), Panamá (15), México (16), Estados Unidos (17) e Venezuela (20).
21. Bélgica (6.967)
22. Reino Unido (6.883)
23. Omã (6.853)
24. Brasil (6.849)
25. França (6.764)
26. Alemanha (6.672)
27. Qatar (6.666)
Veja o relatório completo, em inglês, aqui (o ranking completo de felicidade nos países, do 1 ao 156, está nas páginas 23, 24 e 25). [LiveScience, WHR][Hypescience]
Felicidade maior ou menor?
A comparação do estudo desse ano com o do ano passado mostrou que, enquanto as pessoas ricas são mais felizes, em média, do que as pessoas pobres, o aumento do PIB (produto interno bruto) de um país não significa necessariamente um aumento do bem-estar. Por exemplo, o PIB triplicou nos Estados Unidos desde os anos 1960, mas o bem-estar do país estagnou.
Em média, as pessoas de todos os países estudados relataram sua felicidade como sendo 5,1, em uma escala de 0 a 10.
Essa felicidade não se manteve constante ao longo do tempo: 61 países se tornaram mais felizes, enquanto 41 países ficaram mais infelizes. A África Subsaariana e a América Latina estão se tornando mais felizes (o Brasil ficou ligeiramente mais feliz: +0,371), enquanto as nações industriais relatam menos bem-estar.
O que os políticos precisam saber
Mais de três quartos das diferenças nas pontuações de felicidade foram atribuídas a seis métricas-chave: PIB real per capita, expectativa de vida saudável, ter alguém para se apoiar, liberdade percebida ao fazer escolhas de vida, inexistência de corrupção e generosidade.
Os novos dados podem ajudar os formuladores de políticas públicas a ajustar suas propostas para impactar esses fatores, tais como o combate à corrupção, para aumentar a felicidade das pessoas.
Por fim, problemas de saúde mental, como depressão clínica e ansiedade, demonstraram um enorme impacto sobre o bem-estar das pessoas. No entanto, eles são muitas vezes ignorados pelos políticos.
“Existe hoje uma demanda mundial crescente de que a política seja mais alinhada com o que realmente importa para as pessoas, já que elas mesmas caracterizaram o seu bem-estar”, disse o coautor da pesquisa Jeffery Sachs, da Universidade de Columbia (EUA). “Cada vez mais os líderes mundiais estão falando sobre a importância do bem-estar como um guia para seus países e o mundo. O relatório oferece evidências que a medição e análise sistemática de felicidade podem nos ensinar muito sobre maneiras de melhorar o desenvolvimento sustentável e bem-estar no mundo”.
O relatório ainda constatou que habitantes felizes também fazem países melhores: nos lugares com mais alta felicidade, as pessoas vivem vidas mais longas e mais produtivas, têm rendimentos mais elevados e são melhores cidadãos.
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