Entre 188 países, Brasil é o 156º no ranking da representação feminina no Parlamento, atrás de quase todas as nações das Américas
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Rita Camata, quatro vezes deputada federal, relatora da famosa Lei de Responsabilidade Fiscal no governo Fernando Henrique Cardoso |
O Dia Internacional da Mulher, comemorado neste sábado (8), reacende o debate e o desafio sobre a participação feminina na política. Apesar de representarem 51,95% do eleitorado no país, o percentual de mulheres no Congresso Nacional não chega a 10%, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Por exemplo, dos 513 deputados federais, 45 mulheres foram eleitas nas últimas eleições gerais em 2010, o que representa 9% do total, conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Para a socióloga do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea), Joluzia Batista, os números mostram que não tem sido cumprida a norma de 2009 que obriga os partidos a destinarem 30%, no mínimo, das candidaturas às mulheres. Ela defende adoção da lista alternada: 50% das candidaturas para homens e a outra metade para as mulheres, além da reforma política.
“Geralmente, as candidaturas de mulheres, sobretudo essas de trajetória de luta popular e comunitária, não são atraentes para o perfil dos financiamentos [de campanha]. Esse é um dado crucial. Tanto é que defendemos a reforma do sistema político e uma das questões é o financiamento público de campanha”, disse Joluzia.
De acordo com o TSE, em outubro de 2010, o Brasil elegeu a primeira presidente da República, duas governadoras e 134 deputadas estaduais. Nas eleições municipais de 2012, foram eleitas 657 prefeitas (11,84%) e 7.630 vereadoras (13,32%).
A procuradora da Mulher no Senado, Vanessa Grazziotin, também defende a reforma política como forma de ampliar a participação feminina. A senadora reconhece que a presença aumentou, mas ainda precisa melhorar. “Hoje, infelizmente, a cara do Parlamento e da política brasileira é uma cara masculina. E ela tem que ser uma cara com duas faces: um lado masculino e o outro feminino”, disse Vanessa.
O Brasil está na posição de número 156 no ranking da representação feminina no Parlamento, entre 188 países, conforme levantamento que consta na cartilha “Mais mulher na política: mulher, tome partido”, feita pela Procuradoria. Na comparação com 34 países das Américas, ocupa o 30º lugar.
Palavra de homem: “País machista”
O presidente do TSE, ministro Marco Aurélio Mello, ressalta que as mulheres ainda não estão presentes na política como deveriam. “Infelizmente, nós estamos em um país machista e a mulher acaba não participando, em termos de candidatura, como ela deveria participar.” [Agência Brasil] [Congresso em Foco]
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