sábado, 8 de março de 2014

Participação da mulher na política ainda é desafio

Entre 188 países, Brasil é o 156º no ranking da representação feminina no Parlamento, atrás de quase todas as nações das Américas
Rita Camata, quatro vezes deputada federal, relatora da famosa Lei de Responsabilidade Fiscal no governo Fernando Henrique Cardoso







O Dia Internacional da Mulher, comemorado neste sábado (8), reacende o debate e o desafio sobre a participação feminina na política. Apesar de representarem 51,95% do eleitorado no país, o percentual de mulheres no Congresso Nacional não chega a 10%, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Por exemplo, dos 513 deputados federais, 45 mulheres foram eleitas nas últimas eleições gerais em 2010, o que representa 9% do total, conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Para a socióloga do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea), Joluzia Batista, os números mostram que não tem sido cumprida a norma de 2009 que obriga os partidos a destinarem 30%, no mínimo, das candidaturas às mulheres. Ela defende adoção da lista alternada: 50% das candidaturas para homens e a outra metade para as mulheres, além da reforma política.

Geralmente, as candidaturas de mulheres, sobretudo essas de trajetória de luta popular e comunitária, não são atraentes para o perfil dos financiamentos [de campanha]. Esse é um dado crucial. Tanto é que defendemos a reforma do sistema político e uma das questões é o financiamento público de campanha”, disse Joluzia.

De acordo com o TSE, em outubro de 2010, o Brasil elegeu a primeira presidente da República, duas governadoras e 134 deputadas estaduais. Nas eleições municipais de 2012, foram eleitas 657 prefeitas (11,84%) e 7.630 vereadoras (13,32%).

A procuradora da Mulher no Senado, Vanessa Grazziotin, também defende a reforma política como forma de ampliar a participação feminina. A senadora reconhece que a presença aumentou, mas ainda precisa melhorar. “Hoje, infelizmente, a cara do Parlamento e da política brasileira é uma cara masculina. E ela tem que ser uma cara com duas faces: um lado masculino e o outro feminino”, disse Vanessa. 

O Brasil está na posição de número 156 no ranking da representação feminina no Parlamento, entre 188 países, conforme levantamento que consta na cartilha “Mais mulher na política: mulher, tome partido”, feita pela Procuradoria. Na comparação com 34 países das Américas, ocupa o 30º lugar.

Palavra de homem: “País machista”

O presidente do TSE, ministro Marco Aurélio Mello, ressalta que as mulheres ainda não estão presentes na política como deveriam. “Infelizmente, nós estamos em um país machista e a mulher acaba não participando, em termos de candidatura, como ela deveria participar.” [Agência Brasil] [Congresso em Foco]

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