segunda-feira, 3 de março de 2014

Oscar decidiu premiar o filme mais importante, mas não o melhor

A cerimônia do Oscar foi marcada pela balança de "12 Anos de Escravidão" e "Gravidade"

Geopolítica dramática: Lupita nasceu no México, cresceu no Quênia e se graduou nos EUA. Reprodução/Variety
"Parabéns a Lupita Nyong'o em sua vitória no Oscar. Você é o Orgulho da África." Uhuru Kenyatta, presidente do Quênia, correu para o Twitter quando sua conterrânea ganhou a estatueta por "12 Anos de Escravidão". Isso mostra o alcance que o filme de Steve McQueen tem em um mundo que supostamente ainda abriga mais de 20 milhões de escravos.

O século 21 ainda precisa alcançar a utopia sonhada por Gene Roddenberry em "Jornada nas Estrelas". Se o alcance global do Oscar de melhor filme para "12 Anos de Escravidão" ajudar a jogar uma luz nessa questão, bom para todos. Certo?

O problema é que estamos falando de cinema, e não de geopolítica. O Oscar decidiu premiar o filme mais "importante", e não o melhor filme.

"Gravidade" fechou a noite com seis estatuetas. Todas técnicas. E uma importantíssima, para o diretor Alfonso Cuarón. Ele é o primeiro diretor latino americano a ganhar um Oscar, mas isso não é importante: o que vale aqui é o legado que Alfonso deixa com "Gravidade", os avanços na engenharia de fazer filmes, aliado a uma narrativa enxuta.

"Gravidade" não é um "filme sobre coisas", não quer jogar luz em cima de polêmicas, não tem nenhuma pretensão em ser... importante. "Gravidade" é cinema. O melhor cinema produzido no planeta ano passado. Leia mais em cinema.uol

Nenhum comentário:

Postar um comentário