quarta-feira, 19 de março de 2014

Táxis não poderão andar nos corredores de ônibus em SP

Táxis fora do corredor: mais uma decisão estúpida da Prefeitura de SP, com o aval do Ministério Público

Viva o arranca-rabo de classes! Os táxis não poderão mais circular nos corredores de ônibus nos chamados horários de pico: das 6h às 9h e das 16h às 20h. A proibição começa a valer no dia 14 de abril.

Resultado óbvio: na prática, isso reduz a quantidade de táxis à disposição dos passageiros, uma vez que ficarão presos nos congestionamentos. Também vai aumentar o número de carros particulares nas ruas. Motivo: quem tem carro e usa táxi — é o meu caso, por exemplo — escolhe a rapidez. Ora, se é para ficar no engarrafamento, por que tenho de ouvir a música que não escolhi, conversar com a pessoa que não escolhi e andar no carro que não escolhi? Vou com o meu — sim, leitor, alguém vai dirigindo; não sei nem ligar o troço.

É uma decisão estúpida. O sensato seria fazer outra coisa: permitir que táxis trafeguem por corredores e faixas, com ou sem passageiros, a qualquer hora. Isso provocaria, na prática, um aumento de táxis à disposição, baratearia as corridas, levaria muita gente a deixar o próprio automóvel em casa.

A Prefeitura que não venha com a cascata de que fez isso pressionada pelo Ministério Público. O MP só entrou nessa história depois de um estudo oficial ter lançado a cascata de que os táxis tornam mais lentos os corredores — 6% mais lentos, se não me engano.

Ah, é um meio de transporte da minoria.” Pode ser! Uma grande minoria. Estima-se em mais de 30 mil os táxis na cidade. Cada um faz uma média de 12 a 15 viagens por dia. Façam as contas. Boa parte dos usuários, insisto, tem carro, mas prefere deixá-lo em casa. Quem vai se meter num táxi sabendo que pode ficar parado por uma hora no congestionamento? Pode ser mais barato encher o tanque de gasolina.

A única coisa que me conforta é a possibilidade de o eleitor apresentar a conta para este impressionante Fernando Haddad em 2016 e para Alexandre Padilha, já neste 2014. [Reinaldo Azevedo]

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