Semana da Pátria
O famoso quadro "Independência ou Morte", também conhecido como "O Grito do Ipiranga", de Pedro Américo |
Existe, por parte de certos autores, uma espécie de preocupação em mostrar o Brasil como um país cordato, sem alma... Aqui, pelo que se ensina, nada aconteceu de mais sério ou grave, desde a colonização até a Independência.
Segundo esses mesmos autores, tudo foi sempre calmo, sereno e sem maiores problemas. O que se pode deduzir desses ensinamentos é que os brasileiros sempre viveram numa ilha de paz e tranqüilidade. Nossa independência foi tranqüila, bastou um grito; a abolição da escravatura, a república, tudo foi acontecendo quase que sem maiores dificuldades - é o que se depreende das lições decoradas na escola.
Talvez tudo isso não seja intencional, mas o certo é que o vazio deixado por tal tipo de informação acaba por contagiar a todos, dando a impressão de que aqui não é preciso fazer nada, pois as coisas simplesmente acontecem. No momento da Independência, surge um Príncipe; na hora de abolir a escravidão, vem uma Princesa; e, quando chega o momento de se fazer a república, aparece um Marechal. Até parece um conto de fadas.
E, com essa colocação falsa e enganosa, perdem-se importantes lições de brasileiros lutando, sofrendo, oferecendo mesmo suas vidas em defesa de seus ideais. E um exemplo disso, é o extenso e espinhoso caminho percorrido para se chegar à nossa Independência.
Em síntese, desde o primeiro grito de Felipe dos Santos, em 1720, até a assinatura do tratado pelo qual Portugal reconhecia a independência do Brasil, em agosto de 1825, passaram-se mais de 100 anos de lutas, sacrifícios e mortes.
A obra de sofrear o papel dos brasileiros, de esquecer os combatentes, os soldados, os mortos, os feridos, a esquadra, os marinheiros, as misérias sofridas pelo povo, tudo isso para elevar Dom Pedro I, é um esforço impatriótico, que empobrece a nação, despoja-a de seu patrimônio cívico e espiritual!
de um colaborador anônimo
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