Há uma nova maneira de vencer o vício, mas isso dói, e dói muito
Psicólogos de uma clínica siberiana de dependentes de drogas estão usando o castigo corporal para ajudar viciados em drogas, álcool e até mesmo em sexo a obter a sua vida de volta. O tratamento envolve bizarras tundas nas nádegas dos pacientes com paus e bastões.
- "Nós batemos nas bundas dos pacientes com um propósito médico claro e definido - não tem nada a ver com alguma pervertida atividade sado-masoquista", disse a professora Marina Chukhrova ao The Siberian Times. Aparentemente, há alguns bons princípios científicos por trás dessas agressões. Chukhrova e seu colega praticante Dr. German Pilipenko afirmam que os viciados sofrem com a falta de endorfina, conhecida como o "hormônio da felicidade", e a dor excruciante estimula o cérebro a liberar endorfina no corpo, fazendo-os se sentir melhor consigo mesmos, sem ter de usar qualquer outro estimulante.
- "A surra neutraliza a falta de entusiasmo pela vida, tendências suicidas e distúrbios psicossomáticos, que muitas vezes estão por trás dos vícios", diz Pilipenko. Ele admite que a sua técnica desperta o ceticismo de colegas médicos, mas insiste que a dor funciona como uma injeção contra o estresse.
Dra. Marina Chukhrova e a jovem Natasha |
Alguns repórteres siberianos tiveram a chance de observar o casal de médicos envolvidos em sessões de coças nos usuários de drogas e alcoólatras. A jovem Natasha, por exemplo, foi apresentada às drogas por um namorado que já morreu por causa do hábito, e diz que o tratamento controverso salvou sua vida. Ela recebe 60 chicotadas por sessão, que custa em torno de 3.000 rublos (pouco mais de 200 reais).
- "A cada chicotada na bunda eu grito e tento me controlar até o fim sobre a mesa de tratamento. É uma dor pungente, agonia real, e sinto solavancos no corpo inteiro. Muitas vezes eu choro, e às vezes, o doutor pergunta o que eu estou sentindo, se estou bem e se quero parar", diz ela. "Meu corpo fica muito quente, latejante e minha mão começa a suar. É realmente desagradável, mas depois de cada sessão, eu posso ver que funciona. Na verdade, é a única coisa que funcionou para mim. A dor me ajuda a entender os perigos que a droga causou a mim mesma, como eu estava simplesmente me matando."
Yuri, de 41 anos, estava tão estressado com o trabalho que decidiu afogar os problemas na vodka. E se tornou um alcoólatra inveterado. O tratamento adotado para os dependentes do álcool fica entre 30 a 60 chicotadas, e ele quase desistiu na primeiras vez.
- "A primeira lambada que levei na bunda doeu demais. Gritei e amaldiçoei como um marinheiro bêbado", disse ele. "Mas de alguma forma inexplicável aguentei as 30 chibatadas. No dia seguinte, levantei-me com o traseiro todo inchado, mal podia sentar de dor, mas não tinha nenhum desejo de pegar o litro de vodka na geladeira, como fazia todas as manhãs. A garrafa está lá há um ano como testemunha de que não preciso mais dela."
Mas, ainda que tenha ajudado a curar seu vício, o tratamento quase causou outro problema grave para Yuri.
Mas, ainda que tenha ajudado a curar seu vício, o tratamento quase causou outro problema grave para Yuri.
- "Minha namorada suspeitava de todos os tipos de coisas estranhas, e alguém falou para ela que eu andava visitando a dominatrix local e tendo sessões de BDSM (Bondage e Sado-Masoquismo). Fazer o que? Eu disse a verdade para ela e quando eu expliquei tudo, ela disse que estava orgulhosa de mim por ter tomado um passo tão arriscado para me curar", disse ele à imprensa.
Chukhrova e Pilipenko, assim como seus pacientes, afirmam que o tratamento funciona quando tudo o mais falhar, mas os médicos dizem que em outros caos as surras podem ser substituídas por outros estimulantes conhecidos por produzir a endorfina, como exercícios, acupuntura, massagem terapêutica ou comer chocolate. Os praticantes da Sibéria insistem que a dor age como um aviso para que o indivíduo não deixe que ofensas, aborrecimento, raiva, preguiça, desolação, desesperança invadam seu caminho fazendo com que necessitem usar drogas, acrescentando que eles só usam varas de salgueiro flexíveis que não quebram ou causam sangramento, e finalmente que só batem na área das nádegas. Uma outra coisa muito importante que merece destaque é que essas sessões de surra são utilizadas apenas nas fases finais de um longo tratamento que envolve um monte de aconselhamento e até mesmo desintoxicação.
A clínica siberiana recebe pacientes de toda a Rússia e tem recebido consultas sobre possibilidade de internações de lugares tão longe quanto o Brasil. Metamorfose Digital
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