De olho no conforto, o biquíni brasileiro cresceu, amadureceu e está conquistando o mundo! E ó, nem as americanas resistiram
Os tamanhos generosos Cia Maritima na passarela do Mercedes-Benz Fashion Week Swim (Foto: Agência Fotosite) |
Calma, calma. O biquíni com top cortininha e calcinha em formato de tanga não acabou. Mas que ele está com os dias contados, ah isso está! Durante o grande encontro da moda praia, que reuniu diferentes eventos de lançamento de swimwear em Miami Beach, na Flórida, no último fim de semana, o que mais se viu foram biquínis com bottom avantajados e maiôs superglam, comportadinhos, com recortes e fendas localizados aqui e acolá.
E a ideia aplica-se também às peças "made in Brazil", viu? Mas engana-se quem pensa que estamos falando de modelos tipo exportação, feitos especialmente para o mercado estrangeiro - com aquela calçola que cobre o bumbum inteiro. A moda praia do Brasil está, há algumas temporadas, ganhando uma nova silhueta. E as clientes internacionais estão vibrando com isso!
Poko Pano: mais moda brasileira na passarela da semana internacional de moda praia (Foto: Agência Fotosite) |
"Chegamos a um ponto de equilíbrio entre os biquínis exageradamente grandes, usados pelas americanas, e os micromodelos adorados pelas brasileiras. Como parte deste processo conta a mudança de pensamento do mercado brasileiro, que - como o resto do mundo - está de olho no conforto, e também a flexibilização das gringas - que estão aceitando o nosso tamanho médio (o que pra elas é considerado pequeno). Isso é bom pra todo mundo, mas principalmente pra produção brasileira, que atende a todos os mercados com o mesmo produto, sem necessidade de adaptações", explica Evilásio Miranda, responsável pelos projetos de moda e design da TexBrasil, programa de internacionalização da indústria da moda brasileira, criado em parceria com a Abit e a Apex.
Estrelas do Swim Show: Hope Lingerie, Água de Coco, Cecília Prado e Sauípe Swimwear oto: Glamour) |
- Sexy sem ser vulgar
Mas é claro que essa mudança de formato tem pimenta verde e amarela. O tamanho aumentou, mas também valorizou uma nova forma de sensualidade. Transparências, recortes surpresa, tecidos com aderência diferenciada. "As americanas não esperam modelagens enormes quando vêm nos procurar. As pessoas querem se sentir seguras mas, é claro, estão em busca do emblemático biquíni brasileiro, com nosso DNA", conta Renato Thomaz, da Água de Coco.
Até mesmo a Blue Man, famosa por seus micromodelos em jeans, vem apostando em cortes mais amplos, com calcinhas maiores - ainda que cavadas - e sutiãs com mais sutentação. "Tudo isso tem a ver com a busca por mais conforto. As mulheres querem modelos que valorizem o corpo. Existe a história da idealização do corpo da brasileira, mas o conforto é um elemento cada vez mais importante", explica Priscila Lago, gerente de exportação da Blue Man.
Criações de Adriana Degreas e Sofia by Vix fizeram sucesso no Cabana Show (Foto: Glamour Brasil) |
- Brazilian ID
Outro ponto a favor é a maneira como nossa moda praia desenvolve coleções com identidade. Que o diga Adriana Degreas, que está enlouquecendo as americanas com sua coleção surrealista. "Acho que conseguimos mostrar uma ideia divertida, cheia de humor, e ainda garantir a elegância, o glamour. Isso cria personalidade pra marca, e é o que os clientes mais exigentes buscam. Por aqui elas chegam em busca do 'brazilian cut', e isso não significa que querem fio-dental: é tudo sobre a forma como o biquíni envolve o corpo. Usar uma marca brasileira é cool. Essa ideia, muito difundida por it-girls nas redes sociais ultimamente, aumentou ainda mais o interesse por nossos produtos", completa a estilista.
A Jo de Mer também está capitalizando nas terras do Tio Sam com seu bom humor. As estampas de ícones da coleção South American Way, com destaque para abacaxis e aneis de brilhante, ganham mais fôlego com os maiôs e hot pants que envolvem melhor o bumbum.
Cecília Prado e Adriana Degreas mostram os preferidos da coleção (Foto: Glamour Brasil) |
Pois sim, o público dos Estados Unidos é conservador. E só aceita o tamanho médio (que pra eles já é pequeno) da nossa moda praia porque caiu no consenso mundial - capitaneado pelas europeias. Natasha Oakley, uma das bloggers do A Bikini A Day, que é australiana, mas mora em Los Angeles, diz que ama o formato do nosso biquíni 'que deixa o corpo lindo', mas lembra que em muitas praias americanas a peça ainda chama a atenção. "Já consigo usar a tanga com mais naturalidade, mas o fio-dental ainda não tive coragem de experimentar".
- Excelência
Uma boa novidade desta temporada é a primeira coleção autoral da Hope - a Hope Resort. Reconhecida como marca de lingerie, entrou no segmento praia em colaboração com a Amalia Spinardi, da Jo de Mer, há dois anos, e agora faz vôo solo. E a sacada é perfeita: usar o know-how de fazer calcinha e sutiã pra caprichar nos modelitos da beira-mar, valorizando cada contorno do corpo da mulher. E segundo Sandra Chayo, diretora criativa da marca, essa é uma das garantias pra que o projeto dê certo no mercado americano também. [Glamour]
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