quarta-feira, 16 de julho de 2014

Centenas de indianos morrem de fome por vontade própria ao ano

Os participantes do Santhara fazem um juramento de renunciar a comida até que morram de fome



Santhara é uma prática do jainismo, uma das mais antigas religiões do mundo. Os participantes fazem um juramento de renunciar a comida até que morram de fome. Os jainistas acreditam que esta é uma forma de atingir Moksha, isto é, escapar do ciclo de morte e reencarnação. Em última análise, esta é uma libertação da alma. 

Centenas de jainistas fazem o juramento a cada ano. Alguns deles são monges, embora a grande maioria seja formada por leigos. É mais comum entre as mulheres do que os homens, com cerca de 60% dos participantes sendo do sexo feminino. Embora a prática seja popular entre aqueles que estão doentes e morrendo de alguma forma, algumas pessoas saudáveis também participam dessa prática. Em 2009, 550 jainistas fizeram o juramento na Índia.

O recorde (pelo menos o conhecido) é de um sobrevivente que conseguiu ficar 87 dias sem comer absolutamente nada. Esse marco foi alcançado pela monja Sadhvi Charan Pragyaji, de 60 anos de idade, em 2009.

Antes de morrer, 20.000 seguidores se reuniram para assisti-la. O Santhara é um processo bem visto publicamente. Muitas vezes, detalhes sobre os praticantes são anunciados nos jornais, para que o público possa acompanhá-los.

Uma jainista descreveu ser capaz de testemunhar o sacrifício como "a maior bênção que podemos receber em nossas vidas". A multidão acompanha de perto os últimos momentos dos praticantes, e a morte é recebida com certo entusiasmo, somado à algumas lágrimas.

Nos últimos anos, a prática tornou-se controversa. Alguns ativistas acreditam que esta deveria ser proibida, equiparando-a com o suicídio. Jainistas argumentam que o direito de praticar a religião livremente é protegido na Constituição da Índia, e que qualquer parcela de cidadãos com culturas distintas devem ter o direito de conservá-la. Por último, também alegam que é injusto comparar a prática do Santhara com o suicídio, já que na prática religiosa, o indivíduo pode voltar atrás e continuar vivendo. [KnowledgeNuts]

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