quinta-feira, 27 de junho de 2013

1.200 novas espécies são descobertas em Moçambique

Uma equipe de 15 cientistas viajou para um lugar remoto e inexplorado do globo e encontrou exatamente o que esperava: muitas espécies novas e interessantes

Sapo árvore (Leptopeles flavomaculatus), uma das 33 espécies de sapos descobertas



Liderados por Piotr Naskrecki, os pesquisadores passaram três semanas no Planalto de Cheringoma do Parque Nacional da Gorongosa, no Moçambique. A missão dos cientistas era coletar e registrar informações sobre as espécies da região para ajudar os gestores do parque a entender e proteger a biodiversidade de Gorongosa.

A expedição pelas falésias, cavernas profundas, mata ciliar exuberante dos rios e desfiladeiros da região resultou na descoberta de mais de 1.200 espécies (até agora), incluindo 182 aves, 54 mamíferos, 47 répteis, 33 sapos, mais de 100 espécies de formigas e 320 espécies de plantas.

Algumas das espécies notáveis descobertas pelos cientistas foram o “morcego Chewbacca”, nomeado em homenagem ao personagem de Star Wars, um sapo estranho que mora em cavernas que é possivelmente novo para a ciência, uma formiga incapaz de andar em superfícies planas, um besouro bombardeiro que se defende produzindo pequenas explosões em seu abdômen, e vários gafanhotos.

Morcego Chewbacca (Triaenops persicus)



Os cientistas usaram uma variedade de métodos para coletar os animais, incluindo armadilhas, redes, arapucas de feromônio, câmeras remotas e detectores de ultrassom. Eles exploraram território o desconhecido em Gorongosa, descendo em cavernas de calcário em desfiladeiros profundos, e subindo as copas altas das árvores, utilizando avançadas técnicas de escalada e rapel.

Este foi o primeiro levantamento da biodiversidade global na história dessa área protegida, e seus resultados vão ajudar a orientar o esforço de restauração para reverter a perda de biodiversidade sofrida pelo parque durante os conflitos armados que assolaram Moçambique de 1975 a 1992.

Ao entender que espécies existem em Gorongosa, a gestão do parque pode tomar as melhores decisões sobre como protegê-las. Será montado um laboratório de ciência moderna dentro do parque em breve, onde os espécimes coletados serão investigados. As informações contribuirão para o banco de dados da biodiversidade do parque, uma ferramenta que ajuda a gerenciar e proteger seus recursos naturais.[NationalGeography]

Pesquisadora Jennifer Guyton liberando espécies coletadas para estudo

Besouro bombardeiro (Cerapterus dilacera)

Acauloplax exigua, uma espécie encontrada pela primeira vez mais de 100 anos desde que foi originalmente descrita

Camaleão Chamaeleo dilepis

Idolomorpha dentifrons

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