Pesquisa mostra que usuários da droga perdem massa cinzenta com o dobro do ritmo considerado normal pela medicina
(Fonte da imagem: Reprodução/Flickr de Giuseppe Bognanni) |
Uma pesquisa publicada no dia 24 de abril, no periódico Molecular Psychiatry, indica que o consumo frequente de cocaína faz com que seu cérebro envelheça de forma extremamente rápida. Segundo os cientistas responsáveis, a perda de massa cinzenta ocorre em ritmo mais acelerado do que o normal em quem é dependente da droga.
O estudo avaliou um total de 120 pessoas — 60 das quais tinham o costume de utilizar a substância. Exames revelaram que quem consome o tóxico perde um volume médio de 3,08 mililitros de cérebro por ano, o dobro da quantidade daqueles que não usavam qualquer espécie de droga. A maior parte das perdas ocorria nos córtex pré-frontal e temporal, zonas responsáveis por controlar aspectos como atenção, capacidade de tomar decisões, autocontrole e memória.
“Conforme envelhecemos, todos perdem matéria cinzenta”, afirma a Dra. Karen Ersche, da Universidade de Cambridge. “Porém, o que vemos é que usuários crônicos de cocaína perdem matéria cinzenta em um ritmo muito maior, o que dá sinais de envelhecimento prematuro. Nossas descobertas oferecem novas informações sobre o motivo pelo quais déficits cognitivos vistos em idades avançadas também costumam ser observados em pessoas de meia idade que costumam usar a droga”, complementa.
Segundo o site Motherboard, levantamentos das Nações Unidas mostram que há cerca de 21 milhões de usuários de cocaína espalhados pelo mundo — desses, uma fatia de 1% é dependente da droga. Isso pode resultar em um problema grave no futuro, já que muitas pessoas em idade produtiva seriam incapazes de fazer qualquer atividade devido ao envelhecimento precoce de seus cérebros. Felipe Gugelmin
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