quinta-feira, 19 de julho de 2012

19 de julho - Dia da Caridade


Jovensss. Há tempos tomei conhecimento de uma história que me deixou muito comovida. Hoje, no Dia de Caridade, vou contá-la para vocês. É a história de uma mulher incrível chamada Irena Sendler que, com atos de coragem e decência humanas, desafiou os nazistas durante a guerra e salvou 2.500 crianças judias tirando-as furtivamente para fora do Gueto de Varsóvia. Heroína desconhecida fora da Polônia e apenas reconhecida no seu país por poucos, Irena nunca contou a ninguém sobre sua vida durante aqueles anos.
É uma história de amor, bondade e compaixão. É uma história de verdadeira caridade.

Holocausto.
O extermínio sistemático de judeus é uma história de horror e tristeza permanente. Os esqueletos carbonizados, os experimentos diabólicos, os campos de extermínio, as sepulturas em massa, a fumaça das chaminés ficarão para sempre na memória. Em 1933 nove milhões de judeus viviam nos 21 países da Europa que seriam ocupados pela Alemanha durante a guerra. Em 1945, seis milhões haviam sido mortos pelos nazistas. Um milhão e meio de crianças foram assassinadas.

A história dessa mulher corajosa começou a ser conhecida graças a um grupo de alunos de Kansas através de um trabalho de conclusão de curso sobre os Heróis do Holocausto. Na pesquisa encontraram poucas referências sobre ela, mas com um dado surpreendente: 2.500 vidas foram salvas por ela. Como era possível não existir informação sobre uma pessoa assim? Mas a maior surpresa viria depois. Ao investigarem o local do túmulo de Irena descobriram que nunca existiu porque ela estava viva. Aos 97 anos residia em um asilo em Varsóvia num quarto cercado de flores e cartões de agradecimento de sobreviventes e filhos destes em sua honra.

Nascida em Otwock, cidade a 15 quilômetros de Varsóvia, Polônia, no ano de 1910, aprendeu com seus pais a respeitar e amar as pessoas independentemente da sua etnia ou condição social.

Em 1939 a Alemanha invadiu a Polônia, e a brutalidade do nazismo chegou com assassinatos, violência e terror. No ano de 1942 os nazistas isolaram centenas de milhares de judeus em uma área de 16 blocos, que ficou conhecida como o Gueto de Varsóvia onde as famílias judaicas presas atrás de seus muros estavam apenas para esperar a morte certa.

Como os alemães receavam uma epidemia de tifo, aceitavam a ajuda dos poloneses para controlar a situação e os deixavam tomar conta do local. Irena, que era enfermeira, fazia contato com as famílias oferecendo ajuda para levar filhos e netos com ela para fora do Gueto. Era um dos momentos mais dolorosos de sua experiência; deveria obter a confiança dos pais e convencê-los a entregar-lhe seus filhos. Era indagada: “Pode prometer que meu filho viverá?.....” E a única coisa que poderia dar como certa é a de que morreriam se permanecessem ali. O mais duro era o momento da separação.

Começou a tirá-los em ambulâncias como vítimas de tifo, e se valia de todos os meios e de tudo o que estivesse ao seu alcance para escondê-las e tirá-las dali: cestas de lixo, sacos de batatas, malas, etc. Em suas mãos, qualquer coisa se transformava numa via de escape. Com a ajuda de algumas pessoas do Departamento de Bem Estar Social, elaborou centros de documentos falsos, com assinaturas falsificadas, dando identidade temporária às crianças judias. Irena vivia os tempos da guerra pensando nos tempos da paz. Era incansável. Queria que um dia pudessem recuperar seus verdadeiros nomes, sua identidade, suas histórias pessoais e suas famílias. Foi quando inventou um arquivo que registrava os nomes das crianças com suas novas identidades. Anotava os dados em pedaços de papel que enterrava, dentro de potes de conserva, debaixo de uma macieira, no jardim do seu vizinho.

Em outubro de 1943, os nazistas tomaram conhecimento das atividades de Irena. Ela foi presa e brutalmente torturada pela Gestapo, que quebrou seus pés e pernas sem conseguirem quebrar seu espírito. Ela era a única que sabia os nomes e endereços das famílias que abrigaram as crianças e, apesar da tortura que a deixou aleijada pelo resto da vida, não traiu seus colaboradores ou qualquer uma das crianças. Por não querer revelar absolutamente nada, foi sentenciada à morte.

A caminho de sua execução, o soldado que a levava a deixou escapar. Embora oficialmente ela constasse nas listas dos executados, a resistência havia subornado o soldado salvando a vida de Irena. Ela mesma desenterraria os vidros com as anotações e tentaria unir os 2500 meninos que colocou com famílias adotivas devolvendo-os a suas verdadeiras famílias. Infelizmente, a maioria tinha perdido seus pais e irmãos nos campos de concentração nazista.

Irena viveu anos numa cadeira de rodas pelas lesões e torturas impostas pela Gestapo.

Não se considera uma heroína e jamais reivindicou crédito por suas ações: “Poderia ter feito mais” e completa: “Este lamento me acompanhará até o dia de minha morte! Cada criança salva com a minha ajuda é a justificação da minha existência na Terra, e não um título para glória!”

Irena faleceu segunda-feira, 12 de maio, de 2008. Deixa um legado de honra, dignidade e caridade!

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