terça-feira, 25 de outubro de 2011

Porque "Modern Family" é a melhor coisa da televisão hoje???

O que é mais engraçado: ver um gordo tropeçando ou flagrar uma pessoa colocando uísque barato numa garrafa cara para enganar os convidados?
Há uma diferença entre esses constrangimentos: o primeiro é divertido porque apela a um instinto primitivo, quase selvagem. O segundo é baseado no desconforto de ser pego tentando ludibriar seus iguais. Em um mundo em que as regras de convivência estão cada vez mais complicadas, os espectadores de TV têm se acostumado a procurar os seriados que exploram mais a segunda situação. É fácil se identificar com quem comete gafes. E aí está a grande sacada do seriado Modern Family, que levou no mês passado os mais importantes prêmios Emmys pelo segundo ano consecutivo: conduzir praticamente todas as cenas a uma resolução quase insuportável de tão constrangedora. Para quem ainda não assistiu, o seriado (exibido  na TV a cabo no canal FOX, ás segundas, 22h e na Band ás segundas e quintas, 20h15) acompanha a vida de três famílias ligadas entre si. O sessentão Jay Pritchett (Ed O´Neill) é casado com a gostosíssima colombiana Gloria (Sofía Vergara), que trouxe seu filho de 12 anos, intelectual, obeso e romântico, para morar com eles. Um dos filhos biológicos de Jay é Mitchell (Jesse Tyler Ferguson), homossexual casado com Cameron (Eric Stones-treet) e pai de um bebê vietnamita. Os mais "normais" estão na família da filha de Jay: (Ty Burrell), o marido abobado, e Claire (Julie Bowen), uma mãe neurótica de três filhos adolescentes. Com esse cenário, os redatores desenvolveram algumas das situações mais engraçadas, estapafúrdias (e ainda assim criveis) vistas na televisão nos últimos anos. O elemento final que compõe o sucesso de Modern Family é seu espírito conciliatório. Em cada episódio, não importa quão absurdas ou potencialmente belicosas sejam as situações, os personagens acabam entendendo que a família vem em primeiro lugar. As conciliações do final dos episódios não são, no entanto, uma concessão ao politicamente correto: porque as pessoas podem se amar, mas não deixam de ser quem são. Mais loucas e patéticas do que gostariam de admitir.
Por: Marcelo Zorzanelli

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