Hollywood engana: porque a desfibrilação não funciona como nos filmes
Em filmes e seriados médicos, é bastante comum ver a seguinte cena: paciente na cama do hospital, o monitor cardíaco emitindo sinais agudos, mostrando apenas uma linha verde, reta. O médico então se aproxima, carrega as pás do desfibrilador, ordena que todos se afastem e então aplica a alta dose de energia no paciente, cujo corpo dá um salto. O sinal sonoro do monitor cardíaco cessa, as ondas vermelhas reaparecem e tudo fica bem. Apesar de emocionante, isso é uma representação bastante errônea.
Para explicar – e entender melhor – o que acontece, é necessário saber porque a parada cardíaca ocorre. O sistema elétrico do coração controla a capacidade do órgão de bombear o sangue para o resto do corpo. Se o fluxo dessa energia se torna desorganizado ou o músculo cardíaco deixa de responder, normalmente a ação de bombeamento regular é perdida. O sangue deixa de fluir e os tecidos do corpo têm que lidar com a súbita falta de fornecimento de oxigênio.
Bater o músculo cardíaco com uma grande dose de energia elétrica funciona um pouco como Ctrl-Alt-Del em seu computador (ou Alt + Comando + Esc para os usuários de Mac). Em quase metade dos casos, um único choque faz com que a circulação volte a um ritmo normal se realizado poucos minutos depois do início.
Atividade elétrica sem pulso e assistolia (3 e 4), em contrapartida, não são passíveis de choque, pois não respondem a desfibrilação. Esses ritmos indicam que o músculo cardíaco é disfuncional. As causas são difíceis de reverter e as taxas de sobrevivência são muito baixas. O tratamento de escolha para assistolia é continuar a RCP (ressuscitação cardiopulmonar) e dar uma dose de adrenalina. Na verdade, se você parar a ressuscitação para dar um choque inapropriado, as perspectivas do paciente não são das melhores. [MedicalXpress] [Hypescience/Ana Cichon]
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