Algumas gorduras trazem
benefícios nutricionais reais e são uma fonte de energia para o corpo. VERDADE:
de fato, algumas gorduras fazem bem à saúde. Gordura
monoinsaturada e gordura poliinsaturada são consideradas gorduras ‘boas’.
Gordura monoinsaturada é encontrada em alimentos como abacate, azeite de oliva
e nozes. Gordura poliinsaturada é encontrada em óleos vegetais como os de
girassol, milho, açafrão, algumas margarinas e em maioneses. Também é
encontrada em linhaça, óleo de linhaça, nogueiras e certos vegetais verdes e
frondosos. Peixes oleosos como bonito, truta, salmão, sardinha e arenque também
são fontes ricas em gordura poliinsaturada.
O colesterol é maléfico ao
organismo e deveria ser abolido da alimentação. MITO: ele é essencial para as
células e desempenha papel importante na formação das mesmas, tanto as
cerebrais quanto as nervosas e hormonais. "E, embora grande parte do
colesterol seja fabricado pelo fígado, precisamos de ajuda externa para manter
os níveis adequados", atesta o mestre e doutor em medicina Valcinir Bedin. O excesso, sim, é ruim, pois
constitui um fator de risco para doenças coronárias que provocam infartos e
ataques cardíacos. Na hora de compor o prato, vale lembrar dos alimentos que
trazem o mau colesterol (LDL) e o bom colesterol (HDL), para fazer as escolhas
certas.
Alguns tipos de câncer, como o
de próstata e o de mama, têm a origem associada ao consumo excessivo de
gorduras saturadas. VERDADE: há alguns anos, a classe médica vem estudando a
relação entre o câncer e a alimentação que prioriza as gorduras maléficas,
saturada e trans. A explicação: elas levam o organismo a produzir mais radicais
livres, moléculas que causam danos tanto no DNA como nas estruturas celulares.
Dessa forma, os genes do organismo perdem a capacidade de barrar o aparecimento
e a progressão da doença. "Já está provado que há um componente
inflamatório molecular, na formação de cânceres, estimulado por radicais livres
e pelas gorduras", diz o endocrinologista Wilmar Accursio.
O melhor óleo para cozinhar é o
de canola(*). MITO: "Vários óleos são bons para cozinhar, como os de
girassol, milho e até o de soja", diz Valcinir Bedin. Mas é discutível a indicação
ao uso exclusivo do de canola, apesar de o mesmo trazer gorduras
poliinsaturadas como os ácidos graxos ômegas 3 e 6, além de vitamina E,
poderoso antioxidante que combate os radicais livres. Tais elementos, é bom
informar, também estão presentes no de soja e girassol.
O azeite de oliva só traz
benefícios para o organismo. MITO: embora tenha muitas propriedades boas, se
ingerido em excesso pode trazer prejuízos, como o excesso de peso.
"Trata-se de um elemento gorduroso que pode ter os mesmos efeitos
negativos de outro óleo se a pessoa exagerar: problemas na digestão e na
balança e, eventualmente, alterações do colesterol ou de outros lipídeos, como
triglicérides", diz Valcinir Bedin.
Pensando em reduzir a gordura
da alimentação, vale sempre a pena trocar a carne de boi (vermelha) pelo peixe
(branca). VERDADE: "É uma boa estratégia, embora não seja a principal,
pois há inúmeras outras fontes de gordura que podem ser reduzidas ou
eliminadas, como restringir o consumo de biscoitos, sorvetes e demais alimentos
industrializados", diz Accursio. Vale
acrescentar que, nos peixes, você estará aumentando o aporte de gordura
benéfica, como os ômegas 3 e 6.
Se eu aquecer o azeite, ele
perde suas propriedades benéficas e vira um vilão para o organismo. VERDADE:
ele deve entrar na alimentação sempre frio, dando um toque final em receitas de
saladas, por exemplo. Caso seja submetido a uma temperatura superior a 180ºC,
como em uma fritura, as gorduras benéficas que o compõem são modificadas e se
tornam prejudiciais. "Os ácidos graxos insaturados perdem suas
características boas", diz Accursio.
Quanto maior a temperatura e o
tempo de aquecimento, mais nocivo se torna o azeite. VERDADE: e isso vale
também para os óleos. A maioria se degrada e libera substâncias danosas, como a
acroleína, que destrói as fibras elásticas das artérias e irritam a mucosa do
estômago. Para saber se o óleo da fritura está quente demais, observe se a
frigideira solta uma nuvem de fumaça, sinal de que passou da medida. "Se
possível, utilize o azeite e os óleos para refogar e assar alimentos ou regar
saladas", propõe o nutricionista Fábio Bicalho.
Os pratos gordurosos demoram
mais para serem digeridos e, por isso, devem ser evitados à noite. VERDADE:
"A quebra da molécula de gordura é mais difícil, o que faz com que a
digestão seja demorada", explica Fábio Bicalho. O quadro fica ainda mais
delicado porque, perto da hora de dormir, o processo digestivo tende a ficar
lento. E tem mais, o aumento na produção de ácido clorídrico, no estômago,
favorece o aparecimento de azia. Então, já sabe: à noite, vale investir em
pratos leves, como sopas e saladas.
As frituras deveriam ser
abolidas totalmente do cardápio. MITO: de acordo com Valcinir Bedin, não
devemos ser radicais na nutrição. "É claro que um alimento cozido é melhor
que o frito, mas o sabor não é o mesmo e isso deve ser considerado. O que não
pode, obviamente, é ingerir tudo frito!" Quer dizer, comer uma porção de
batatinha dourada a cada 15 dias, por exemplo, não fará mal, caso o resto do
cardápio seja saudável. A restrição total de frituras vale nos casos em que o
indivíduo tenha que perder peso ou diminuir os níveis de colesterol e
triglicérides no organismo.
Em hipótese alguma podemos
reutilizar um óleo vegetal depois de aquecido.VERDADE: mesmo o mais saudável
dos óleos se torna perigoso na reutilização. Isso porque há transformação da
gordura em trans e em outras substâncias lesivas para o organismo, como a
croleína, que agride as mucosas de uma maneira geral e pode, futuramente, dar
início a um câncer. "Os óleos ficam cada vez mais saturados, produzindo
compostos cancerígenos", adverte Fábio Bicalho.
Pessoas magras jamais terão
problemas com colesterol. MITO: "Existem muitos indivíduos sem problemas
de peso com colesterol alto, precisando inclusive tomar remédio para regular as
taxas", diz Valcinir Bedin. Se a dieta for pobre em nutrientes e à base de
itens danosos, com alta ingestão de carboidratos, aumentam os triglicerídeos e
o LDL. É imprescindível, então, que qualquer pessoa com colesterol elevado,
seja magra ou gorda, não extrapole nas gorduras saturadas (carnes, manteiga,
queijos) e trans (biscoitos recheados, sorvetes, produtos industrializados).
O óleo de coco deveria
substituir os outros óleos na alimentação, pois é benéfico para o organismo.
MITO: "Em excesso, faz mal como os outros tipos de gordura", diz
Wilmar Accursio. Se quiser lançar mão com parcimônia, acrescente-o aos
alimentos que serão cozidos ainda sólido ou derretido, e aqueça-o a uma
temperatura sempre menor que 180ºC. Quanto aos seus benefícios como a ação
termogênica, que ajuda na queima de calorias, a defesa do sistema imunológico e
a melhora na flora intestinal, só devem ser levados em conta se não houver
exagero no uso.
Algumas bebidas, como o chá quente,
ajudam na digestão de gorduras. MITO: "Chá quente é bom no inverno, mas
não têm nenhuma ação na gordura", revela Valcinir Bedin. Então, já sabe:
não adianta recorrer à estratégia de comer à vontade e, depois, tomar uma
chazinho digestivo acreditando que não sentirá nenhum peso pelo excesso de
comida. O melhor caminho, sempre, é do bom senso, que induz ao comedimento.
Tanto o abacate como o coco são
frutas muito gordurosas, porém é gordura boa, por isso podem ser consumidos à
vontade. MITO: ambos devem ser usados com parcimônia. "O abacate tem
gordura insaturada e ômega 6, que são bem-vindos, mas é uma fruta calórica e,
ingerida em excesso, predispõe à obesidade", argumenta Wilmar Accursio. O
coco, por sua vez, tem ácidos graxos saturados, que aumentam os níveis de
colesterol.
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